A Greve foi marcada pelos dois Sindicatos Médicos?
Não. Só o Sindicato Independente dos Médicos decretou Greve. A Federação Nacional dos Médicos optou, como consta de Comunicado emitido a 18/12/2011, por “desencadear formas de luta convergentes com as acções já em curso”.
Porque é que a Greve é só ao trabalho extraordinário?
Porque o Governo, através da Proposta Lei Orçamento Estado 2012, impôs redução do valor hora extra dos médicos, e só para médicos, sendo significativa e ignorando se o trabalho é diurno ou nocturno ou a responsabilidade de se estar 12 ou 24 horas numa pressão brutal.
Porque é que os médicos são obrigados a horas extra muito acima de todos os outros trabalhadores?
Porque embora o Governo diga que há 2000 médicos a mais, sem horas extra e sem médicos de empresas de prestação de serviços era impossível manter as Urgências a funcionar.
Claro que são os médicos que se escalam na Urgência para ganhar mais umas massas?
Errado. As escalas de Urgência e o trabalho extraordinário são um poder exclusivo e discricionário das Administrações e só a elas compete essa responsabilidade.
Mas há médicos a ganhar muito dinheiro em horas extra, ou não?
Sim há alguns mas, que se saiba, sempre por trabalho efectivo, comprovável e de escala nominativa, isto é, do conhecimento de todos. Aliás os poucos que há aparecem sempre na imprensa nos momentos de luta, como contra informação bacoca e mentirosa, pretendendo generalizar os proventos fabulosos a toda uma classe.
O que é que vai acontecer a partir das 8 horas de dia 2 de Janeiro de 2012?
Certamente os 24.000 médicos do SNS estarão a trabalhar com o empenho e a dedicação de sempre, mantendo em pé um Serviço que tantos tentam destruir.
Então isso quer dizer que o SIM não vai dar percentagem de adesão à Greve?
Exactamente. Numa Greve com estas características é impossível estabelecer percentagem de adesão. Assim será falso qualquer número que venha a ser assumido pelo Governo ou pelo SIM.
Mas então há Greve ou não há?
Há. Mas os médicos vão manter todo o seu trabalho normal pelo que as Consultas Externas, os Blocos Operatórios, os Internamentos, as Consultas nos CS, estarão em pleno. Por outro lado, muitos médicos “potencialmente grevistas” terão que obedecer à sua Ética e ao seu Código Deontológico em detrimento do exercício de um Direito Constitucional (matéria que os verdadeiros jornalistas certamente percebem ao invés dos políticos pouco dados a estes entraves).
Então como é que se sai desta?
Quando o Governo for respeitoso, quando o Ministro da Saúde entender da dita e quando o Programa da Troika for cumprido, deixando que a contratação colectiva possa estabelecer limites remuneratórios específicos de pagamento para um trabalho específico e muito exigente como é a Urgência.
Então quer dizer que...
Sim claro. Tudo se resolve com negociação, matéria a que todos os Governos prestam juras mas a que todos fogem.
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