À falta de argumentos que ponham termo à Greve dos Ortopedistas na Madeira, e assumindo uma estupefacção mal disfarçada pela ausência de respeito perante as ameaças, o poder (tudo e todos os que se movem sob o chapéu de chuva da nomeação política, do favor, da dependência e do beija-mão feudal) trouxe à ribalta métodos de outros tempos.
O expediente mais recente é um abaixo-assinado que circula no Hospital Dr. Nélio Mendonça para que os médicos ali coloquem a sua “espontânea” assinatura de revolta e protesto contra os seus colegas grevistas.
O mais fantástico desta inédita forma de pressão, contra um direito constitucional que está acomodado e previsto no Código Deontológico da classe, é estar a ser promovido por mandatários de candidatos a futuros Bastonários da Ordem dos Médicos em pleno período eleitoral.
Com efeito, os colegas Pedro Ramos, mandatário na Madeira do Dr. José Manuel Silva e o colega Manuel França Gomes, mandatário na Madeira da Dra. Isabel Caixeiro, empunham os papéis pelos corredores do hospital em demanda de acomodados ou medrosos.
O acto, ilegal e condenável, é insólito e coloca em crise a opinião dos próprios candidatos a Bastonários.
Mais grave é que esta situação provocatória se soma a uma outra, por confirmar, muito mais grave, mas que já circula com insistência nos meios médicos: a possibilidade de o próprio Distrito Médico da Madeira estar muito colaborante com o poder político para uma caça às bruxas que passaria por chancelar, mediante parecer encomendado, a rescisão da convenção aos médicos mais incómodos (Convenção estabelecida entre a Secretaria Regional dos Assuntos Sociais e o Conselho Médico da Região Autónoma da Madeira, subscrita em 29 de Janeiro de 2004, a que podem aderir todos os médicos residentes que o solicitem e da qual podem ser excluídos por rescisão mediante Parecer da OM).
Caça às bruxas, abaixo-assinados, manifestações espontâneas...
Cheira a naftalina na Madeira.
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