Foi com surpresa que neste mês de Dezembro se constatou a interrupção do apoio médico de Radiologia na urgência do Hospital Nélio Mendonça (HNM).
Assim, e segundo a escala disponibilizada pela Direcção Clínica, em 16 dias do mês de Dezembro não há apoio de médicos radiologistas, uns dias (9) durante todo o dia e em outros dias (7) nas horas nocturnas. Tal situação implica a inexistência de apoio idóneo de exames de diagnósticos, nomeadamente de ecografia, imprescindível em inúmeras situações agudas.
As colecistites agudas ("cálculos biliares"), afecções renais ("estenoses caliciais e canalares") e doenças inflamatórias abdominais da criança, entre outras, ficam sem diagnóstico ecográfico.
A substituição destes por outros exames não é possível, nomeadamente com TAC e em crianças.
A transferência dos doentes para os hospitais em Lisboa é impraticável nas situações de emergência.
Não é admissível pedir aos pais para submeter os filhos a exames invasivos ou com radiações, só porque o hospital não tem tal apoio radiológico adequado.
Assim agora, tal como neste hospital há 25 anos, poderá ser necessário efectuar uma cirurgia exploradora do abdómen, só porque não há um diagnóstico ecográfico.
Vários médicos-cirurgiões manifestaram ao SIM a sua preocupação perante tal situação, declinando responsabilidades se algum dano resultar desta decisão administrativa. Também referem haver atrasos incompreensíveis nos relatórios de TAC.
De igual modo, outros exames já não são avaliados na Madeira, mas por contratação externa por tele-medicina, fora da região (e aí pagos) sendo relatados por email, com toda as dúvidas daí resultantes.
Afinal este Hospital não parece dar resposta sequer às suas necessidades internas e, em especial, aos doentes mais necessitados, os urgentes. Existe um desfasamento entre o que o Director Clínico afirma e a crua realidade do Hospital.
Lamenta-se que a política de conflito que os gestores clínicos efectuaram no Serviço de Radiologia do SESARAM e que resultaram no abandono de jovens médicos especialistas formados no HNM, esteja agora a prejudicar a população madeirense.
Os problemas são transversais a todos os Serviços e não só como parece à Ortopedia como o SESARAM quer fazer querer.
É dever público do SIM alertar as populações e a Ordem dos Médicos para tal situação.
Lisboa, 28 de Dezembro de 2010
O Secretariado Nacional do SIM
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