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Sindicato Independente dos Médicos

Médicos Internos lançam sério aviso ao Governo

04 fevereiro 2011

Reunião de Médicos Internos na Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos

OBRIGATORIEDADE DE PERMANÊNCIA DOS JOVENS ESPECIALISTAS NO SNS

Com cerca de cinco centenas de Médicos Internos presentes no Salão Nobre da Casa do Médico da Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos foi amplamente discutida a Proposta de Lei que pretende estabelecer o período mínimo durante o qual os Médicos Internos que obtenham formação específica nos estabelecimentos do SNS devem continuar a exercer funções no SNS.

Estiveram presentes a Ordem dos Médicos, o Conselho Nacional do Médico Interno, a Associação Nacional de Estudantes de Medicina, o Sindicato dos Médicos do Norte e o Sindicato Independente dos Médicos.

Reunidos, os Médicos Internos consideram que:

É dever e obrigação do Estado formar especialistas com Qualidade, pois sem eles não existe Sistema de Saúde. Considera o Estado que poderia construir um Sistema de Saúde sem Especialistas?

Os Médicos Internos justificam o seu salário com o seu trabalho, que é essencial ao bom funcionamento das instituições de saúde.

Sem os Médicos Internos, os Serviços de Saúde, nomeadamente os laboratórios e as Urgências, paralisariam.

O Estado paga o trabalho, barato, e não a formação dos Médicos Internos, pelo que não lhes faz nenhum favor. Na verdade, a formação de especialistas fica completamente gratuita ao Estado; o Governo já terá feito bem as contas e a análise da relação custo/benefício da formação de especialistas no SNS?!

Os Médicos Internos querem ficar a trabalhar no SNS, o Governo é que lhes está a criar incompreensíveis dificuldades. Quais os verdadeiros objectivos desta obrigatoriedade imposta?

Há especialistas a receber 1100 euros/mês, líquidos, e a deslocarem-se grandes distâncias, razão pela qual estão a abandonar o SNS. É este salário aviltante e desmotivante que o Governo quer impor a todos os jovens especialistas?

O Governo está a importar Médicos sem formação específica e neste momento há especialistas portugueses, nomeadamente de MGF, a tratar da documentação necessária para a emigração ou a sair para o sector privado, o que é um contra-senso.

Obrigar alguns jovens especialistas a permanecerem compulsivamente no SNS, sem as devidas contra-partidas e desrespeitando as suas legítimas aspirações, ao mesmo tempo que outros são obrigados a sair por ausência de contratação, é criar conflitualidade desnecessária e não resolve o problema.

Se numa área sensível como a Saúde, onde se lida com a vida das pessoas e onde o prestador dita o nível de consumo dos Cuidados de Saúde, que espera o Estado ao procurar obrigar profissionais desmotivados, revoltados e pessimamente mal pagos a permanecer no Sistema, em vez de os atrair, motivar e retribuir minimamente? Que acontecerá ao nível de requisição de exames complementares? Que acontecerá ao grau de prescrição de medicamentos genéricos? Que acontecerá à humanização dos Serviços de Saúde?

Por injusta, ignominiosa, desnecessária e prejudicial ao SNS e aos Doentes, os Médicos Internos rejeitam frontalmente o conteúdo da actual proposta de Lei.

Os Médicos Internos apelam para que antes de serem tomadas medidas que têm o potencial de prejudicar o SNS e os doentes, elas sejam analisadas cuidadosamente com todas as partes envolvidas, particularmente com os Sindicatos mas também com a Ordem dos Médicos.

Os Médicos Internos apelam para o diálogo construtivo entre todas as partes.

Os Médicos Internos manifestarão o seu desagrado com esta medida de múltiplos modos, nomeadamente por via electrónica.

Se se esgotarem todas as formas de diálogo, os Médicos Internos estão unidos e, devidamente enquadrados pelos Sindicatos, encetarão as formas legais de luta ao seu dispor na prestação diária de cuidados assistenciais, na recusa de horas extraordinárias e, em caso extremo, numa greve prolongada que os Sindicatos Médicos possam vir a decretar.

Prefere o Governo o Diálogo sério, franco e honesto com os Médicos ou a via da Conflituosidade?

Irão ser realizadas reuniões semelhantes no Centro e no Sul.

Porto, 3 de Fevereiro de 2011

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