Ana Jorge, médica pediatra conhecida pela sua simpatia e cordialidade, parece ter digerido mal o resultado eleitoral e despede-se com uma decisão inaceitável em democracia.
Com efeito, o que podemos dizer de um Regulamento do Internato Médico (Portaria 251/2011, de 24 de Junho) recentemente publicado e assinado pela ainda Ministra Ana Jorge a 16 de Junho?
O que podemos dizer de um Regulamento que esteve a marinar nas profundas gavetas do Ministério desde 2009 e que saiu em plena derrota eleitoral, após pseudo negociações decorrentes da Lei 23/98, ouvida a Ordem dos Médicos?
O que devemos deduzir de uma pseudo reunião no Ministério da Saúde conduzida por um Chefe de Gabinete e acompanhado por dois técnicos, de valia claro, mas sem qualquer possibilidade de negociação política?
Ou, ainda, de marcarem numa reunião para ouvir a Ordem dos Médicos já com posse do novo Governo no calendário, numa matéria em que esta estrutura deve estar empenhada?
Neste contexto não admira que esta Portaria tenha o pleno da contestação e fique como imagem final de um Governo em total desnorte.
É obra congregar condenação pública da Ordem dos Médicos, da FNAM, do SIM, do Conselho Nacional do Médico Interno e da Associação Nacional dos Estudantes de Medicina.
E é triste que esta Portaria assinada e publicada à pressa, com total desrespeito pelo actual Governo, ao momento já indigitado, ser já objecto de pedido de revisão, desconforme como está com a realidade que deveria aceitar.
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