O Senhor Primeiro-Ministro transmitiu-nos, com singeleza transmontana, o que se andava a discutir insanamente nos meandros políticos e intelectuais.
As taxas são moderadoras ou não?
Qual o limite a partir do qual as taxas passam de moderadoras a co-financiamento?
O que quer dizer tendencialmente gratuito?
Uma consulta a 5 € nos CS e a 10 € nos Hospitais é moderado? Terá danos colaterais, que em Saúde significa mais mortalidade e mais morbilidade a médio e longo prazo, lapso de tempo que os economistas não estudam nem valorizam?
Todas estas mexidas se mantém dentro dos limites do bom senso e do razoável quando era esperado, numa tremenda crise financeira, económica e social que pelo menos a Saúde não fechasse portas?
As isenções às taxas ditas moderadoras, que são muitas de facto, colmatam tudo e mantém equidade de acesso a um sistema, exclusivamente dependente dos impostos, em que os que mais ganham são os que mais contribuem?
A tudo isto Pedro Passos Coelho atarracha uma impressionante verdade:
"O nosso objectivo, portanto, é que o seu efeito moderador possa ser reforçado, e que aqueles que nesta ocasião têm mais disponibilidade possam realmente dar um contributo maior para o financiamento também do sistema de saúde"
Pronto! Tudo explicado! Chega de mais conversa bacoca, intelectualóide e de esquerda!
O que está a dar é não ligar nenhuma ao Estado Social, à Constituição, à generalidade, gratuitidade e acessibilidade do SNS, suas características genéticas e avançar, sem medo, para a verdade pura e dura: o SNS acabou, repensemos um novo modelo de financiamento.
Acabará isto bem? Podemos dormir descansados quando se destrói, sem piedade e sem remorso, o único serviço público que funcionava e que obtinha resultados internacionalmente comparáveis? A crise financeira justifica tudo?
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