Naturalizem-se cubanos!
21 fevereiro 2012
A Ordem dos Médicos denuncia, no seu portal, à semelhança do que tem repetidamente feito o SIM, o escandaloso tratamento de que são alvo os jovens médicos portugueses. Pegando desta vez num exemplo concrecto.
Pela sua objectividade reproduzimos na íntegra notícia e comentários publicados no TM Online
«Naturalizem-se cubanos» |
OM acusa Governo de «discriminar negativamente» jovens médicos portugueses
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A contratação de profissionais cubanos pelo Ministério da Saúde (MS) volta hoje a merecer um reparo crítico por parte da Ordem dos Médicos (OM). Isto quando a tutela, denuncia a OM, recusa oferecer aos especialistas nacionais acabados de formar as mesmas condições de trabalho ( https://www.ordemdosmedicos.pt/ ). «Vários sinais mostram como o MS está a discriminar negativamente os jovens médicos portugueses e a empurrá-los consciente e determinadamente para a emigração, ao mesmo tempo que mantém um “numerus clausus” para Medicina muito acima do necessário e insiste em desperdiçar dinheiro no curso de Aveiro», lê-se numa nota intitulada «Naturalizem-se cubanos!», colocada recentemente no respectivo sítio electrónico na internet. A entidade que tem José Manuel Silva como bastonário, sustentando a acusação de «discriminação negativa», dá a conhecer o caso de um jovem médico a quem foi proposta, ainda este mês, uma avença na extensão de saúde da Adémia, em Coimbra. «A ARS do Centro impôs a um especialista em Medicina Geral e Familiar (português, de muita qualidade e sem barreiras linguísticas e culturais) um contrato de avença de 11 meses (aos cubanos é oferecido um contrato de três anos) a ganhar 1800 euros brutos por mês», revela então a OM. «Aos cubanos é oferecido um contrato secreto, mas muito, muito superior», continua a comparar a instituição que representa os médicos portugueses, notando que «parece que o Governo tem vergonha de revelar esses contratos». O jovem médico de família em causa vai entretanto trabalhar «numa extensão com 2800 utentes (muitíssimo acima das listas dos cubanos e da média nacional), sem direito a férias, sem quaisquer garantias», denuncia por outro lado a Ordem, rematando: «Sobram 7,75 euros por hora de trabalho de elevada responsabilidade, complexidade e qualidade.» «Fujam da Medicina Geral e Familiar» Com a situação descrita, segundo a mesma fonte, a mensagem que o MS está a transmitir aos clínicos é a seguinte: «Fujam da Medicina Geral e Familiar, vão trabalhar para empresas fornecedoras de mão-de-obra (a quem o Estado paga valores/hora muitos mais elevados), emigrem para terem perspectivas dignas de trabalho ou naturalizem-se cubanos, de preferência sem qualquer especialidade, para depois poderem conseguir bons contratos.» Apesar de a nota não estar assinada, percebe-se que a mesma saiu do «punho» do próprio bastonário. Particularmente na parte em este que desafia o responsável da administração regional de saúde em questão a assumir consequências pela proposta de avença feita. «Se eu fosse presidente da ARS do Centro e o ministério me obrigasse a assinar um contrato daqueles com um especialista médico português, com condições ignominiosamente muito inferiores às de médicos estrangeiros indiferenciados, eu demitia-me imediatamente. Para continuar a andar na rua de cabeça levantada», escreve José Manuel Silva. |