Chegou ao conhecimento do Sindicato Independente dos Médicos, em grandes parangonas na comunicação social e com claros aspetos propagandísticos, a divulgação do arranque de uma “Consulta do Turista” a começar no dia 1 de julho e a terminar no dia 15 de setembro em algumas praias seleccionadas para o efeito, no período ao fim da tarde, i.e. a abrir às 17h e terminar às 20 h.
Num ambiente de pública e notória falta de médicos tanto nos Hospitais como nos Centros de Saúde o Ministério da Saúde, anuncia o aumento da oferta de cuidados de saúde tanto em locais como em tempo.
O SIM há vários anos que vem clamando pela solução desses problemas e a lembrar a necessidade de atenção especial aos períodos de pico desta zona turística de excelência do nosso país, períodos esses que se estendem a cada vez mais dias durante o ano e com cada vez mais pessoas.
O SIM não quer contribuir para alarme social que possa afastar turistas do algarve, mas tem a obrigação de alertar para os atropelos da falta de planeamento e de atentado à dignidade da profissão médica e com funções que não cabem no conteúdo funcional da Carreira.
Os médicos no Algarve estão a prestar já hoje milhares de horas extra/ano em atendimentos complementares e a utentes sem médico, fazem-no apesar dessas horas continuarem a serem pagas a menos de 1/3 do que é contratualizado com as empresas de recrutamento e oferta de emprego a médicos muitas vezes indiferenciados.
Não é admissível que as medidas sejam anunciadas sem falar com os médicos.
Não é admissível que se imponham escalas sem a sua participação ou conhecimento, ou com mais de 2 horas extraordinarias diárias.
Não é admissível que se imponham escalas sem ter em conta compromissos já assumidos de assistências com os seus utentes, a sua vida privada e períodos de férias já aprovados.
Não é admissível que se imponham escalas sem ter em conta a necessidade de apoio de enfermagem e dos assistentes administrativos.
Os médicos querem continuar a trabalhar e continuar a colaborar na melhoria dos cuidados de saúde na região, mas não podem colaborar em desonestidades políticas mais viradas para propaganda do que para a qualidade dos cuidados de saúde.
Os médicos não toleram permitir que sejam criadas expectativas que não podem ser cumpridas e depois serem responsabilizados pela sua não efetivação.
O SIM Algarve irá solicitar com carácter de urgência uma reunião com a ARS Algarve e os diretores executivos dos ACES de forma a que o bom senso e o realismo imperem.
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