Tem sido hoje noticiado pela imprensa o caos que se vive nas urgências dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde.
O
Público dá hoje conta de doentes que passam cerca de dez horas nos corredores. "Os médicos estão perfeitamente esgotados", conta um dos médicos do Serviço de Urgência do Centro Hospitalar de São João. O próprio diretor deste serviço hospitalar denuncia o
burnout dos profissionais.
Há muito menos profissionais do que havia há dois anos, apesar das recomendações contrárias de entidades como a Administração Central do Sistema de Saúde, refere um médico com quem o Público falou.
O SIM não pode deixar de denunciar que a responsabilidade de todo este caos é diretamente do Ministro da Saúde, em resultado da sua inação.As equipas médicas dedicadas nos Serviços de Urgência não são uma realidade nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde por inação do Ministro da Saúde. Há mais de meio ano que o SIM propôs a generalização a todo o SNS destas equipas dedicadas negociadas em 2016 entre o SIM e SMZS e o Hospital de Cascais. Até hoje a resposta do Ministério da Saúde tem sido o habitual adiar da resolução dos problemas, com o consequente agravamento dos mesmos.
A inação do Ministro da Saúde é mais do que evidente quando ainda hoje centenas de médicos recém-especialistas aguardam há mais de meio ano pela abertura de concurso para colocação nos hospitais do SNS.
Centenas de médicos recém-especialistas poderiam e deveriam estar já colocados nos hospitais onde são mais necessários, não fosse a inação do Ministro da Saúde que persiste em não abrir o concurso.
Nos AC / SASU não basta alargar o período funcionamento, será conveniente aumentar o número de médicos nas equipas.
Os apelos do SIM têm sido inúmeros, quer para a abertura imediata do concurso para colocação dos médicos recém-especialistas hospitalares, quer para a criação de equipas médicas dedicadas nos Serviços de Urgência, para além de todas as outras matérias que fazem parte do caderno reivindicativo dos sindicatos médicos.
O SIM espera que o senhor Ministro da Saúde não espere pela ocorrência de mortes evitáveis nos Serviços de Urgência para, por fim, agir.