Sindicato Independente dos Médicos

COMUNICADO DO SIM-ALGARVE

Recentemente a Direção do Centro Hospitalar Universitário do Algarve protagonizou mais uma situação lamentável e inaceitável de desrespeito pelos profissionais que diariamente tentam superar, com o seu esforço e dedicação, as deficiências dos hospitais e que são da responsabilidade de quem gere o CHUA e que culminou com a demissão dos três Diretores dos respectivos Serviços de Medicina Interna (ou seja 100% dos Diretores).

Como se não bastasse, considera o Conselho de Administração que a solução para a sobrelotação do Serviço de Urgência e do Hospital de Faro, passa pela desumana e condenável aposta em excluir os idosos dos cuidados de saúde que lhes são devidos e a que têm direito constitucional (art.º 64º da Constituição).

O SIM-Algarve repudia de forma veemente tais atitudes e considera que o Conselho de Administração deveria preocupar-se prioritariamente com a gestão do CHUA criando soluções, em vez da promoção de polémicas estéreis que apenas contribuem para desgastar a instituição e desmotivar os profissionais.

De salientar que, a lotação de doentes sistematicamente excedida no Serviço de Urgência e nos Serviços de Internamento, tem comprometido a capacidade cirúrgica e bloqueado o acesso ao Bloco Operatório, motivando o cancelamento frequente de intervenções cirúrgicas, nomeadamente cirurgias oncológicas.

Assim, o Algarve exige solução para as ineficiências, para o desinvestimento no CHUA, e designadamente, para a sobrelotação crónica do Serviço de Urgência e do Hospital de Faro, que manifestamente já não tem capacidade para servir a região. Essa solução passa pela urgente construção do novo Hospital do Parque das Cidades, que já deveria estar a funcionar em pleno (a acreditar nas múltiplas promessas de políticos) e pelo reforço dos cuidados de saúde, quer a montante quer a jusante do Hospital de Faro.

Faro, 3 de março de 2018

O Secretariado Regional do
SIM-Algarve