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Sindicato Independente dos Médicos

Comunicado: Balanço do 3º dia de greve dos Anestesistas no Hospital Amadora-Sintra

22 maio 2019
Comunicado: Balanço do 3º dia de greve dos Anestesistas no Hospital Amadora-Sintra
O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e o Sindicato dos Médicos da Zona SUL (SMZS) recordam à população do Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) que está a decorrer um período de greve no Serviço de Anestesiologia até às 20:00 horas de sexta-feira do dia 24 de maio de 2019.

Tal como nos dois dias anteriores, a totalidade dos médicos do serviço de anestesia, excetuando a diretora de serviço, aderiram à greve, com o encerramento dos blocos operatórios.

Saudamos a coragem e determinação dos médicos anestesiologistas que não se deixaram condicionar na defesa de um SNS de qualidade.

Mantém-se a incapacidade do Conselho de Administração (CA), e do Governo que o nomeou em encontrar soluções para as graves carências de recursos médicos.

Os sindicatos reforçam o apelo para que o Governo se empenhe efetivamente e de imediato em encontrar soluções, na figura do CA do Hospital Amadora-Sintra, e não perca tempo a tapar o sol com a peneira fingindo que nada se passa.

Nas 24h seguintes ao término da greve encontram-se escalados apenas 2 médicos especialistas, sendo que nas primeiras 12h se encontram escalados 1 especialista + 1 Interno do 5º ano equiparado a especialista. Até ao final do mês de maio haverá mais turnos de urgência com equipas constituídas por apenas 2 elementos.

Os sindicatos médicos reafirmam a exigência em equipas de Serviço de Urgência (SU) com, pelo menos, o mesmo número de elementos que foram escalados durante a greve.

Se persistir o CA terá de assumir a sua responsabilidade e nesse período encerrar a urgência.

Se não o fizer estará a por em perigo a segurança da população e a expor os seus médicos a uma pressão e atitudes potencialmente causadoras de erro e eventuais penalizações em tribunal apesar das minutas de desresponsabilização por insuficiência de meios apresentadas pelos médicos.

Se esta situação se perpetuar haverá mais saídas de médicos anestesistas e menor atração para novos.

Aos habitantes dos concelhos de Amadora e de Sintra pedimos compreensão quanto aos incómodos causados, mas esta luta é para garantir a segurança dos doentes na urgência, e para exigir a contratação de mais médicos, melhorando a qualidade dos cuidados de saúde prestados e diminuir as listas de espera das especialidades cirúrgicas.

Aos médicos e demais colaboradores do Hospital agradecemos as centenas de manifestações de apoio à atitude dos colegas anestesiologistas que mostram a vontade para melhorar as condições de trabalho de todos.

As cerca de 300 cirurgias não efetuadas e os mais de 200 procedimentos que necessitam de médicos anestesistas são da inteira responsabilidade do CA e de um governo insensível e autista.

O SIM e O SMZS nunca desejaram esta greve e tudo fizeram para a evitar.

Na próxima sexta-feira dia 24 de maio, às 11h30min, faremos o balanço final da greve à porta do Hospital, em conferência de imprensa.


Recordamos as razões que motivaram 5 dias de greve dos médicos anestesiologistas:

1. Dotação da equipa de urgência com 4 elementos, todos especialistas, de molde a garantir que a atividade médica tenha lugar com a necessária segurança clínica, nas áreas de Bloco Operatório, Bloco de Partos, Unidade de Cuidados Pós-Anestésicos, Reanimação Intra-Hospitalar e atividade fora do Bloco Operatório, nomeadamente Unidade de Técnicas de Gastroenterologia, Unidade de Técnicas de Pneumologia, Salas de TAC e RMN e Laboratório de Hemodinâmica;

2. Contratação de mais especialistas, de forma a cumprir escrupulosamente as recomendações da Ordem dos Médicos e do Colégio da Especialidade de Anestesiologia quanto aos números mínimos indispensáveis para assegurar a atuação médica referida no ponto anterior;

3. Elaboração de um plano de resposta nas situações em que ocorra uma procura interna e ou externa não acomodável dentro da disponibilidade da equipa de urgência constituída nos moldes a que alude o ponto 1;

3.1. sendo de máxima importância que este plano obtenha o prévio parecer favorável do serviço de Anestesiologia, que

3.2. acautele, entre outras situações, o encerramento da urgência externa (geral e obstétrica) e a organização de uma equipa/escala de reanimação intra-hospitalar, de forma a não existirem sobreposição dos postos de trabalho referidos no ponto 1,

3.3. preveja que é da responsabilidade da Direção Clínica do hospital divulgar e alertar os demais serviços hospitalares envolvidos e as entidades externas responsáveis da existência de importantes restrições na capacidade de acolhimento e de assistência por parte das equipas de Anestesiologia, e que

3.4. expresse inequivocamente tratar-se de uma determinação formal da Direção Clínica e ou da Administração hospitalar, motivada pela presença de condições excecionais, as quais obrigam os trabalhadores médicos da área de exercício profissional da Anestesiologia a trabalhar sem efetivas garantias de segurança para os próprios profissionais e para os seus doentes;

4. Elaboração de escalas que não contemplem a presença de médicos a frequentar o Internato Médico, havidos como equiparados a especialista, para efeito da composição da equipa de urgência, referida no ponto 1;

5. Formulação dos horários de trabalho com carácter de estabilidade e equidade, precedidos da auscultação de cada interessado por parte Direção de Serviço e depois aprovados pela Direção Clínica.

O SIM e o SMZS reafirmam o apelo para que o CA e o Governo desenvolvam medidas que ultrapassem estes problemas.

Lisboa, 22 de maio de 2019

O Secretário-Geral do SIM
Jorge Roque da Cunha

O Presidente do SMZS
Mário Jorge
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