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Sindicato Independente dos Médicos

Comunicado: Balanço final da greve dos Anestesistas no Hospital Amadora-Sintra

24 maio 2019
Comunicado: Balanço final da greve dos Anestesistas no Hospital Amadora-Sintra
Após cinco dias de uma greve que os médicos anestesistas e os sindicatos não queriam, o SIM e SMZS salientam:
1. O forte espírito de união e coesão entre todos os médicos que integram o serviço de anestesiologia do Hospital Fernando Fonseca (HFF), com uma adesão de 100% durante toda a semana de greve;

2. A certeza que pelo menos durante uma semana se garantiu aos utentes do HFF um apoio do Serviço do Anestesiologia de acordo com as normas de segurança clínica necessárias para doentes e profissionais de saúde a toda a atividade desenvolvida em urgência;

3. A enorme preocupação do serviço clínico de Anestesiologia em volta de uma causa comum que para além da acessibilidade aos cuidados de saúde se preocupa com a qualidade e segurança desses mesmos cuidados, exigindo o aumento do número de anestesiologistas;

4. A quase completa ausência de soluções por parte do Governo e do Conselho de Administração (CA) do hospital. Em três semanas (duas de aviso prévio e uma de greve) nem sequer apresentaram um plano para os dias com um número de anestesiologistas inferior ao determinado pela Ordem dos Médicos;

5. O único sinal positivo foi a abertura de três vagas num concurso ainda sem data de conclusão e sem quaisquer garantias de as vagas serem preenchidas depois de uma longa travessia no deserto sem vagas atribuídas ao serviço;

6. Esta greve foi para garantir condições de trabalho dignas e não para reivindicar aumento de salários, ainda que os mesmos sejam muito mais baixos do que os praticados na privada, nas PPP ou nas empresas de prestação de serviço;

7. Os médicos do serviço de anestesiologia do HFF expressaram por todas as formas legais ao seu alcance a enorme preocupação e inconformismo em serem obrigados a trabalhar em condições que de forma alguma garantem a adequada segurança e celeridade necessária nos cuidados de saúde desempenhados no âmbito do SU.
Preocupação no imediato:
1. Voltamos, logo no turno imediatamente a seguir ao término desta greve, a ter equipas altamente deficitárias onde se exige que dois façam o trabalho de quatro e aí o CA tem o dever e a responsabilidade de assumir e encerrar a urgência;

2. Volta o CA a colocar em risco os utentes do hospital que careçam do apoio da anestesiologia no âmbito da urgência (cirurgia geral, otorrinolaringologia, urologia, ginecologia, cirurgia plástica, ortopedia, oftalmologia, gastro, cardiologia, pneumologia, TAC, psiquiatria, obstétrica, para além do serviço de urgência geral);

3. Nada mudando o HFF continuará a perder profissionais altamente qualificados;

4. Em causa está também a capacidade formativa deste serviço para jovens médicos anestesiologistas, naquele que já foi o Serviço de Anestesiologia mais procurado para formação da região sul do país.
O que fazer?
1. Os médicos vão continuar a contestar o trabalho de urgência nestas condições, usando o limite de horas extraordinárias legalmente estabelecido e que mais de 95% do serviço já cumpriu, apelando à intervenção da Ordem dos Médicos (OM) na defesa dos doentes e dos profissionais, continuando a fazer chegar à Direção Clínica e ao CA as minutas de desresponsabilização clínica;

2. Ao mesmo tempo apelar à OM para que seja avaliada a possibilidade de procedimentos disciplinares a quem persista de forma negligente a impor escalas em que os mínimos não sejam garantidos;

3. Apelar aos Presidentes de Câmara da Amadora e de Sintra e aos utentes do HFF, nomeadamente através da Associação de Amigos e Utentes do Hospital Amadora-Sintra, para fazerem a sua parte na exigência de serviços de saúde seguros e de qualidade para todos os cidadãos;

4. Exigir reunião com o CA para realçar que não pode estar parado enquanto vê um serviço crucial perder mais de 20% dos seus profissionais em menos de um ano e que tem de resolver o problema;

5. Marcar uma reunião com todos os médicos Anestesiologistas para se debater as formas de luta a desenvolver no futuro.
A saúde e segurança clínica dos nossos doentes e a ética profissional assim o exigem.

Lisboa, 24 de maio de 2019

O Secretário-Geral do SIM
Jorge Roque da Cunha

O Presidente do SMZS
Mário Jorge


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