Sindicato Independente dos Médicos

Tendo parecer técnico positivo para passarem ao modelo B da USF, são muitas as equipas que continuam a ver bloqueada essa mudança ao arrepio de todos os prazos definidos no Despacho n.º 1174-B/2019, de 1 de fevereiro, pelo qual, e após avaliação favorável das USF modelo B, até 20 USF modelo A podem transitar para modelo B, durante o último trimestre de 2019.

O referido Despacho, que diga-se vai contra tudo aquilo que o SIM sempre tem defendido, ie a consagração da possibilidade de opção imediata e sem condicionalismos pela adesão ao modelo B das USFs, bem como o fim das quotas impostas à transição para esse modelo organizativo, condiciona ainda tal progressão a uma avaliação sobre indicadores, incentivos e resultados associados às USF modelo B, a qual deveria estar concluída até ao final do primeiro semestre do presente ano. Mas está-se já no final do primeiro mês do segundo semestre do ano sem que ela seja conhecida.

O SIM não pode também deixar de destacar a existência de um discurso que não é coincidente com a ação do Governo nomeadamente por se manterem as quotas para a constituição de novas USF e quotas para a transição para USF modelo B.

O SIM realça que um melhor desempenho das USF modelo A (referido pela Ministra da Saúde face às UCSP) reside no sobre-esforço dos profissionais que as integram, por manterem a expectativa de transição para USF modelo B, realçando-se que a manutenção dos vários bloqueios à transição para modelo B, de que é exemplo a inexistência de transições em 2017, levarão à liquidação daquele que é considerado, nas palavras da Ministra da Saúde, "um dos melhores exemplos de inovação organizacional de que o país dispõe na administração pública”.

Os médicos das USF afetadas, que se propõem manifestar hoje em Lisboa a sua indignação, têm toda a solidariedade do SIM.

Lisboa, 31 de julho de 2019