O SIM manifesta a sua solidariedade para com os chefes de equipa do serviço de urgência geral do Hospital Garcia de Orta que apresentaram hoje um pedido de ajuda à Ordem dos Médicos.
Tal como noutros hospitais é notória a falta de especialistas nos diversos serviços. Muitas urgências continuam abertas em condições altamente penosas e perigosas para o exercício da Medicina. Continuam abertas por solidariedade e respeito dos médicos para garantir os cuidados de saúde possíveis às populações que deles necessitam, pois muitos têm já idade para solicitar dispensa de trabalho noturno de Serviço de Urgência e a maioria já fez mais do dobro das horas extraordinárias previstas na legislação. São mais de 300 horas de trabalho extraordinário só este ano, o que configura cerca de 8 semanas ou 2 meses de trabalho a mais até Outubro. Louvável esforço não reconhecido pelas administrações e Ministério.
Este Governo tem a oportunidade de estancar a degradação da qualidade dos serviços públicos e tem o dever de garantir o acesso da população ao SNS de forma equitativa.
Tem de melhorar a sua gestão e valorizar o que tem de melhor que são os seus recursos humanos.
Não pode continuar a gastar mais de 100 milhões de euros em empresas de prestação de serviço médico ou a apostar na peregrina ideia de entregar os serviços de urgência às Misericórdias transformando o SNS numa manta de retalhos.
O Ministério da Saúde só conseguirá manter e atrair os médicos de que o SNS urgentemente precisa se melhorar as condições remuneratórias negociando uma nova grelha salarial.