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Sindicato Independente dos Médicos

Expresso: Sintomas de um SNS doente

17 novembro 2019
Expresso: Sintomas de um SNS doente
Expresso, 16 novembro 2019, Vera Lúcia Arreigoso e Raquel Albuquerque

O Serviço Nacional de Saúde (SNS) está severamente doente e sem tratamento imediato. Sobram lugares em hospitais e centros de saúde onde ninguém quer trabalhar: 30% das vagas estão por preencher. Quem fica vai aguentando cada vez menos e os episódios de falência são cada vez mais.

PEDIATRA VÊ 70 CRIANÇAS ENTRE AS 8H E AS 20H
O fecho no Hospital Garcia de Orta, em Almada, das Urgências pediátricas todas as noites a partir da próxima segunda-feira, e por meio ano, é uma das recentes manifestações agudas da doença do SNS. "O HGO só tem quatro pediatras que fazem urgência à noite e daqui a seis meses pode não ter nenhum. Uma médica viu 70 crianças entre as oito e as 20 horas e chorava porque não conseguia calcular com segurança a quantidade das drogas a administrar”, conta uma médica amiga da pediatra.

O hospital da Margem Sul perdeu 13 pediatras em pouco mais de um ano e assim deverá ficar, pois nem as quatro vagas abertas no último concurso, antes do verão, preencheu. E não foi o único. Do total de 18 lugares para pediatras oferecidos em hospitais de Lisboa e Vale Tejo, seis ficaram vazios. No resto do país, das 33 ofertas sete não atraíram candidatos.

ANESTESIA ATRASOU-SE. DOENTE MORREU
Uma equipa desfalcada não se resume só a mais trabalho, pode traduzir-se em menos vida. "Os dois anestesistas servem para ir à ‘gastro’ se o doente está a sangrar, para tirar a dor nos enfartes, para ir ao recobro, para a Urgência ou para o bloco de partos. Este ano já tivemos duas situações em que a equipa de anestesia não conseguiu ajudar a cirurgia, a entubar por exemplo, e o doente morreu”, denuncia o mesmo médico.

NA GRANDE LISBOA, 50% DOS OBSTETRAS SÓ FAZEM PRIVADO
Entre as especialidades hospitalares mais deficitárias, tanto em número de médicos como de vagas sem interessados, estão medicina interna (em 159 lugares, 36 não foram escolhidos), obstetrícia (com 17 das 31 vagas em aberto) ou anestesiologia (dos 59 lugares em todo o país, 23 ficaram livres).

Em Leiria, por exemplo, "há três especialistas em medicina interna na equipa de Urgência para 420 mil habitantes, e em Loures — no Hospital Beatriz Ângelo, uma PPP capaz de pagar melhor — há dez para 370 mil pessoas”, conta um profissional. "Houve momentos em que o chefe de equipa era especialista há um mês, apoiado por dois médicos internos”, denuncia um cirurgião da unidade.

Artigo completo em Expresso.

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