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Sindicato Independente dos Médicos

Comunicado da Comissão Nacional de Saúde Pública

24 novembro 2019
Comunicado da Comissão Nacional de Saúde Pública
COMISSÃO NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA
REUNIÃO DE 23/11/2019


A Comissão Nacional de Saúde Pública (CNSP), reunida no dia 23 de novembro de 2019, em Coimbra, abordou diversos assuntos, no âmbito do exercício profissional médico de Saúde Pública. Relativamente às conclusões desta reunião, destacam-se as seguintes:
  • A CNSP expressa a sua preocupação pela degradação do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Essa degradação, que ameaça um património inestimável de Portugal e de todos os portugueses, é bem patente nas notícias que todos os dias inundam os órgãos de comunicação social, dando conta da degradação dos serviços e das condições de trabalho dos profissionais do SNS.
  • Constata-se, analogamente, a degradação do papel dos médicos de Saúde Pública, traduzida na perda de autonomia técnica e na subutilização das suas competências diferenciadoras, a par das muito deficientes condições de trabalho. A Saúde Pública, enquanto área de exercício profissional médico, transformou-se numa "Saúde Burocrática”, ao serviço dos interesses administrativos e fiscais do Estado, ao invés de concentrar recursos na promoção da saúde das populações.
  • A avaliação de desempenho dos médicos especialistas em Saúde Pública deverá contemplar as especificidades desta especialidade médica de âmbito populacional, não se limitando à mera medição de atos praticados – muitos dos quais, como o são as avaliações com fins sociais e fiscais, com questionável impacte em saúde.
  • Recordamos que a CNSP propôs, por ocasião da sua primeira reunião do presente triénio, em maio de 2018, a criação de um Centro de Avaliação Médica para Benefícios Fiscais e Sociais - integrando, a título voluntário ou de carteira adicional (em sede de contratualização com as unidades de saúde pública), médicos da especialidade.
  • Quanto às autoridades de saúde, entidades nominais que exercem o poder de intervenção do Estado na defesa e proteção da saúde das populações, a CNSP/SIM alerta para a necessidade da sua  nomeação/recondução, finda a respetiva comissão de serviço, que deverá contemplar a salvaguarda legal dos atos materiais entretanto realizados.
  • As autoridades de saúde aguardam, desde há 10 anos, o pagamento do suplemento remuneratório que lhes é devido pelo exercício destas funções. A CNSP/SIM continuará a lembrar aos decisores políticos que a dignificação das condições de trabalho das autoridades de saúde, mediante o correspondente suplemento remuneratório, é a dignificação do próprio Estado.
  • Ainda neste âmbito, a CNSP/SIM expressa a sua enorme preocupação pelo não pagamento, por parte de algumas ARS, do trabalho extraordinário, superior a uma jornada de trabalho, realizado por ocasião dos recentes atos eleitorais. Esclarece-se que a disponibilidade permanente obriga à apresentação no local de trabalho, sempre que necessário, devendo o trabalho efetivamente realizado ser remunerado nos termos legais.
  • Outro dos temas em discussão foi o dos internamentos compulsivos desencadeados, ao abrigo da legislação vigente, pelas autoridades de saúde locais. Considera-se da maior relevância a harmonização de critérios e procedimentos, em articulação com a especialidade/especialistas de psiquiatria.
  • Finalmente, foram objeto de debate os sistemas de informação em saúde pública. O SIM integra o grupo de trabalho da SPMS, através da CNSP, tendo vindo a participar de forma ativa e contribuído, com sugestões concretas, na procura de soluções tendentes a facilitar o trabalho diário dos médicos de Saúde Pública.
  • Constata-se que os atuais sistemas de informação, além de inadaptados às atividades dos serviços e médicos de Saúde Pública, são "sorvedouros” dos parcos recursos existentes. A informação produzida, não sendo enfocada em objetivos de saúde populacional é, desta forma, ineficiente.
  • A CNSP defende sistemas de informação que respondam a perguntas inteligentes realizadas por profissionais livres de quaisquer constrangimentos à sua missão de promoção e proteção da saúde, ao contrário dos atuais sistemas que servem primariamente necessidades burocráticas e de comando e controlo.
  • A CNSP defende, ainda, a transparência dos sistemas de informação,  bem como o acesso, sem restrições de âmbito territorial, por parte dos médicos de Saúde Pública. Só assim poderá ser cabalmente assegurada a função/operação de observação em saúde que é a essência dos serviços de saúde pública.
A CNSP regozija-se pelos 40 anos do SIM e apela à participação de todos os sócios nas comemorações nacionais que se vão realizar no Porto, no dia 30 de novembro.

Finalmente, a CNSP endereça o sentido reconhecimento ao SIM Centro pelo caloroso acolhimento e muito competente apoio administrativo.

Coimbra, 24 de novembro de 2019
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