No passado dia 1 de dezembro de 2019 a Comissão Nacional de Médicos Internos do SIM - SIM Internos realizou no Porto uma reunião, aberta a todos os Internos interessados, com o objetivo de debater a atual situação do internato médico em Portugal.
Pelos presentes, foi manifestada preocupação com o contínuo acumular de problemas relacionados com o subfinanciamento e com as condições de trabalho do SNS. Foi ainda unânime nos presentes a perplexidade com as afirmações erróneas que têm sido feitas sobre o trabalho dos Médicos Internos.
Assim, e neste contexto, a Comissão Nacional de Médicos Internos do SIM reitera que:
- A Formação Médica Especializada corresponde a um período de trabalho remunerado, no qual existe trabalho efetivo por parte dos Médicos Internos;
- O trabalho desenvolvido por parte dos Médicos Internos, apesar de tutorado, é essencial para o SNS na medida em que assegura consultas programadas, o normal funcionamento das urgências e das unidades de internamento, bem como um sem fim de tarefas burocráticas;
- O investimento que é feito pelo governo resume-se, quase exclusivamente, aos salários pagos aos Médicos Internos que é, inteira e excessivamente, retribuído pelo trabalho realizado pelos Médicos Internos;
- Todos os cursos de atualização e aperfeiçoamento feitos durante essa Formação, de que resulta uma mais-valia para os Serviços, são pagos pelos Médicos Internos e não custeados pelo Estado;
- Seremos sempre contra qualquer medida restritiva das liberdades dos Médicos ou de qualquer cidadão.
Pelo que recomendamos ao Secretariado Nacional do SIM a tomada das medidas que entenda necessárias para se opor à obrigatoriedade de permanência no SNS dos Médicos Recém Especialistas, manifestando igualmente a sua disponibilidade para em sede de negociação encontrar soluções, de carácter voluntário e credíveis, que permitam um reforço dos recursos humanos médicos do SNS.
De igual modo considera a Comissão Nacional de Médicos Internos do SIM que a anunciada intenção do Bastonário da Ordem dos Médicos de levar a cabo uma auditoria rigorosa e isenta sobre os custos que o Estado acarreta com a formação médica deverá ter todo o apoio sindical.
A Comissão Nacional de Médicos Internos do SIM - SIM Internos