Público, 9 janeiro 2019, Lusa
Ordem, sindicatos e associações de médicos recomendam aos clínicos de saúde pública que deixem de participar nas juntas médicas de avaliação de incapacidade, considerando urgente libertar estes profissionais para funções que efectivamente protejam a saúde das populações.
A Ordem dos Médicos, os sindicatos e outras associações reuniram-se esta semana para avaliar a situação dos clínicos de saúde pública, especialidade que deve trabalhar para prevenir a doença e proteger a saúde, tendo decidido pedir uma reunião urgente sobre a matéria à ministra da Saúde, Marta Temido.
O presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública, Ricardo Mexia, explica que estes clínicos, com uma especialidade e diferenciação clara, têm atribuídas tarefas que "pouco mais são do que apenas burocráticas”. Em causa está o facto de os médicos de saúde pública terem grande parte do seu tempo ocupado com a realização de juntas médicas de avaliação de incapacidade, nomeadamente para passarem atestados multiusos para acesso a regalias ou prestações sociais, por exemplo.
Ricardo Mexia entende que desta forma os médicos de saúde pública estão a ser impossibilitados de se dedicar e cumprir as suas tarefas essenciais, que passam pela prevenção da doença e promoção da saúde (como a monitorização da vacinação, detecção e controlo de focos de doenças ou de problemas de origem ambiental com impacto na saúde).
"Há longo tempo que fomos avisando a tutela de que a situação não estava a correr bem. As organizações médicas consideram que urge resolver a situação da forma mais célere possível e decidiram solicitar uma reunião com carácter de urgência à ministra da Saúde”, acrescentou Ricardo Mexia.
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