O Secretariado Nacional do SIM apela ao Governo que leve verdadeiramente a sério o problema do novo coronavírus.
O elevado número de doentes regressados de Itália que recorreram nos últimos dias presencialmente aos diversos serviços de saúde mostram que o Ministério da Saúde em vez de se envolver em atividades de propaganda devia estar a investir numa forte campanha de comunicação com informação preventiva em saúde, no âmbito da presente ameaça, junto da população e dos grupos de maior risco até ao momento: os viajantes.
É premente a capacitação dos serviços de saúde, incluindo o aumento substancial da capacidade de diagnóstico laboratorial bem como a criação de equipas dedicadas de vigilância epidemiológica.
O SIM exige que se criem medidas de proteção dos profissionais de saúde, com reforço urgente dos stocks de equipamento de proteção individual e a rápida divulgação do Plano de Contingência Nacional.
O SIM apela ainda à alteração do Código do Trabalho para que o isolamento profilático seja incluído nas faltas justificadas, situação que poderá ser necessária não só para os médicos vinculados por Contrato Individual de Trabalho mas para todos os Portugueses que trabalham e não são funcionários públicos.
Reafirma-se a exigência de respeito pelos médicos de Saúde Pública que em tempo de Emergência de Saúde Pública de âmbito internacional continuam presos a tarefas desadequadamente atribuídas às Autoridades de Saúde, de que o exemplo maior é a realização de Juntas Médicas de Incapacidade, atividade sem qualquer impacto na prevenção da doença e na proteção da saúde. Se tais tarefas não lhes estivessem atribuídas, tal como os Sindicatos propõem há anos e o Governo teima em ignorar, há anos também certamente que o País estaria hoje mais bem preparado para responder a esta ameaça.