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Sindicato Independente dos Médicos

Comunicado: O SIM não sofre do síndrome de indignação precoce

11 março 2020
Comunicado: O SIM não sofre do síndrome de indignação precoce
Como prevíramos, a COVID-19 foi declarada pela OMS como pandemia.

Como prevíramos a fase de mitigação da infeção está iminente.

Infelizmente o Sindicato Independente dos Médicos não sofre do síndrome de indignação precoce...

Apesar de todos os nossos alertas e pedidos só esta semana foi permitida a alocação de todos os médicos de Saúde Publica ao combate da COVID-19 com a suspensão das Juntas Médicas de Avaliação de Incapacidade e apenas hoje é publicado um Despacho a autorizar o reforço de 20% dos stocks entre os quais EPIs (equipamento individual de proteção), de desinfeção (SABA) e de diagnóstico (reagentes para testes) que poderão já estar esgotados nos fornecedores ou não estar disponíveis em tempo útil. E chegam-nos relatos de inexistência / insuficiência dos que se suporia estarem em stock.

O SIM manifesta a sua preocupação com declarações que pretendem ser tranquilizadoras e de evidência de eficácia das autoridades. E tanto mais quando nos chegam relatos do que se passa nos países mais - e mais precocemente - atingidos, com colapso nalguns casos dos serviços de saúde. Assiste-se mais a medidas reativas do que a proativas.

Não temos 2.000 camas para internamento disponíveis, mesmo adiando já toda a atividade assistencial programada. Não temos 300 camas de cuidados intensivos disponíveis. Não bastam camas, são precisos profissionais. Não temos como duplicar o número de médicos, mesmo com a já conhecida adesão de grande número de médicos que atualmente estão fora do SNS, adesão essa promovida pela OM.

O SIM renova a sua exigência de proteção efetiva e adequada dos profissionais com procedimentos e orientações claras, equipamentos (nomeadamente máscaras respiradoras para aerossóis tipo FFP2 no mínimo e óculos / viseiras), salas de isolamento de acordo com as especificações da DGS e respostas céleres às situações a validar. Sem médicos não vamos lá!

Exige-se na presente fase o alargamento dos locais de execução e uma maior celeridade na realização de testes de confirmação, e que estes possam ser solicitados por especialistas nas matérias mediante avaliação clínica (Medicina Interna e de Infecciologia, por exemplo) com dispensa de validação para a sua execução por uma linha de apoio ao médico (LAM) que muitas vezes não responde ou se responde muitas vezes o faz ao fim de várias horas. Não deve a LAM ser a autoridade máxima nesta matéria.

A divulgação de um indevidamente chamado "Plano de contingência nacional” foi um ato falhado pois na prática não é mais que um esboço deixando muita coisa em aberto com a desculpa de a resposta ter de ser dinâmica e ajustada dia a dia. Medidas preconizadas no Plano de Contingência de 2009 para a Gripe A são ignoradas.

Cada hora que se perde em relação a um infetado são dezenas de potenciais infetados a mais.

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