Senhor Primeiro-Ministro
Senhora Ministra da Saúde
Como sempre os médicos são chamados à primeira linha de combate.
Apesar de não respeitados e muito menos acarinhados por este Governo;
Apesar de não lhes ser reconhecido o estatuto de profissão de risco e desgaste rápido;
Apesar de serem repetidamente vítimas de violência física e psicológica no exercício da profissão;
Apesar de lhes ser imposto trabalho extraordinário sem comparação com qualquer outro trabalhador da administração pública e agora com a suspensão dos seus limites;
Apesar de lhes ser suspenso o gozo de férias (que até são agora canceladas);
Apesar de lhes ser suspenso o gozo de folgas e descansos compensatórios por trabalharem à noite e aos fins de semana e feriados enquanto os outros merecidamente descansam e estão com a família;
Apesar de lhes ser recusado acompanhar em casa os filhos por força do encerramento das escolas, porque têm de se manter a trabalhar, e a estes ser assegurado um local para serem "guardados” durante o dia... e assim potenciando uma cadeia de transmissão na população de risco que são os médicos;
Apesar de terem que ameaçar para terem equipamentos de proteção individual, adequado em qualidade e quantidade, para sua proteção e dos doentes;
O SIM saúda a declaração do estado de alerta apenas temendo que possa vir atrasada, uma vez que todos os modelos matemáticos dizem que a progressão do contágio tem a ver com a precocidade das medidas restritivas dos contactos.
Se tememos não estar preparados? Sim, temos vindo desde o início a alertar para tal facto para indignação dos políticos.
Os médicos estarão lá mais uma vez, só pedimos que nos sejam dadas condições e sobretudo meios de proteção.