Sindicato Independente dos Médicos

O Avaliador de Sintomas é uma funcionalidade que permite ao cidadão avaliar os seus sintomas e obter informações e conselhos adequados ao seu problema de saúde não emergente. Através do site da DGS aqui está agora disponível um avaliador de sintomas relacionado com a COVID-19. O utilizador apenas tem de introduzir alguma informação e o avaliador de sintomas faz o resto.

Apelo de um nosso Colega que está na linha da frente, no terreno, longe dos gabinetes de decisão, farto de propaganda... um ignorante de axiomas epidemiológicos, dirão alguns...:

Mantém-se a ficção do "link epidemiológico" porque permite poupar testes e manter a imagem... Isto vai-nos custar muito caro...

Mantém-se a perigosa superstição de que é possível snifar o vírus pela clínica!!! Cfr. "doentes respiratórios" / "doentes não respiratórios". Começam a ficar parecidos com os das "medicinas alternativas".

Foram estes raciocínios que fizeram explodir o sarilho...

A maioria dos infectados são assintomáticos / pouco sintomáticos, mas são estes que fazem disparar o contágio "em leque"... 90% assintomáticos / pouco sintomáticos são responsáveis por 76% - 86% (?) dos  infectados - é isto que justifica as duríssimas medidas de isolamento - a que a OMS já não chama "social" mas "isolamento físico" – nalguns países.

Os anunciados Atendimentos Dedicados ao Covid (ACD), como medida isolada, arriscam-se a fazer parte do problema...

Os Atendimentos Dedicados nos CSP´s são uma fantasia poética (sejamos elegantes...): não diagnosticam (não têm meios para isso), não tratam (não há terapêutica por enquanto), não estão equipados para poder sequer fazer exame físico...

Nos casos em que seria possível orientar em função apenas da história clínica, estão piores do que as pequenas unidades de proximidade porque não conhecem nem o doente, nem o contexto.

E as recentes Orientações da DGS (Orientação nº 13) sobre procedimentos relativos a profissionais de saúde são hospitalocêntricos...

Mas isto que é tão evidente, só é evidente para quem está disposto a aceitar a dolorosa realidade.

Enquanto isso apregoa-se disponibilidade logística para milhares de testes de despistagem e confirmação do SARS-CoV-2... mas temos médicos (e outros profissionais) que esperam dias por poderem fazer um teste após um contacto com casos confirmados ou fortemente suspeitos, as diferentes autoridades de saúde regionais e locais divergem se os contactos próximos hão-de ficar em quarentena ou se vão trabalhar até começarem a ter sintomas, até lá alegremente distribuindo e recebendo partículas virais.

O Sindicato Independente dos Médicos insiste que o caminho é TESTAR, TESTAR, TESTAR... e PROTEGER, PROTEGER, PROTEGER.