Desde há dois meses que o SIM vem pugnando junto do Governo pelo reconhecimento devido pelo papel desempenhado nesta crise pandémica pelos profissionais de saúde, não só os médicos mas também enfermeiros, técnicos de diagnóstico e emergência, secretários clínicos, assistentes operacionais, tendo inclusive entregado um anteprojeto de Decreto-Lei no que aos médicos respeita.
E esse reconhecimento não passa necessariamente por mais-valias remuneratórias, ainda que tenhamos presentes os bons exemplos conhecidos e anunciados da França ou da Alemanha.
O reconhecimento do risco (afinal são já mais de 3.200 os profissionais de saúde infetados - e isto sem que sejam feitos rastreios sistemáticos a quem está ao fim e ao cabo mais exposto - e destes 477 são médicos) e da penosidade (milhares de horas extraordinárias sem limites, isolamento familiar e social forçado e autoimposto) pode ser feito com contrapartidas que possibilitem o recobro desse desgaste a curto e a longo prazo, com mais dias de férias e condições melhoradas de aposentação...
Até agora da parte do Governo, e da Ministra da Saúde em particular, a resposta tem sido nula... e a Assembleia da República não aprovou no passado dia 8 de abril a criação de um complemento remuneratório de 20% aos trabalhadores de serviços essenciais, como médicos, enfermeiros e forças de segurança. A iniciativa proposta pelo grupo parlamentar do PAN teve os votos contra do PS, PSD, CDS-PP e a abstenção do Iniciativa Liberal, Chega e PCP.
Mas o SIM não desiste e irá apresentar aos grupos parlamentares uma proposta de Lei que conceda o devido reconhecimento.
Sem palmas, sem louvores, sem medalhas.