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Sindicato Independente dos Médicos

Um Secretário de Estado da Saúde que desconhece as Orientações da DGS?

16 maio 2020
Um Secretário de Estado da Saúde que desconhece as Orientações da DGS?
Quem diria que, ainda que sendo presença assídua nas conferencias de imprensa diárias com a Srª Diretora-Geral da Saúde, o Dr. António Sales desconhece as Orientações daquela entidade, e no caso concreto a Orientação n.º 013/2020 de 21/03/2020 referente aos Profissionais de Saúde com Exposição a SARS-CoV-2 (COVID-19) e que reza assim:
6. Abordagem dos contactos próximos

6.1. Alto risco de exposição

 Se um profissional de saúde foi identificado como contacto próximo de alto risco de exposição com doente com COVID-19, devem ser ativados os procedimentos de vigilância ativa, durante 14 dias desde a data da última exposição, pela Autoridade de Saúde Local. Estes profissionais ficam em isolamento profilático, com restrição para o trabalho, durante o período de vigilância ativa. Se durante o período de vigilância ativa este profissional de saúde desenvolver (Anexo 1): − Febre (temperatura timpânica > 37,8ºC); − Sintomas respiratórios compatíveis com COVID-19 (infeção respiratória aguda - início súbito de febre ou tosse ou dificuldade respiratória); deve contactar a Autoridade de Saúde Local responsável pela vigilância ativa para que sejam iniciados os procedimentos de Caso Suspeito e efetuados exames laboratoriais para identificação de SARS-CoV-2.

6.2. Baixo risco de exposição

Se um profissional de saúde foi identificado como contacto próximo de baixo risco de exposição com doente COVID-19, devem ser ativados os procedimentos de vigilância passiva, durante 14 dias desde a data da última exposição. Estes profissionais não têm restrição para o trabalho, mas devem proceder à auto monitorização com medição da temperatura corporal, duas vezes por dia, e estar atentos para o surgimento de sintomas de COVID-19 (infeção respiratória aguda - início súbito de febre ou tosse ou dificuldade respiratória) Se durante período de vigilância passiva, o profissional de saúde, desenvolver: − Febre (temperatura timpânica > 37,8ºC); − Sintomas respiratórios compatíveis com COVID-19 (infeção respiratória aguda - início súbito de febre ou tosse ou dificuldade respiratória) e estiver no local de trabalho, dirigir-se para a sala/área de isolamento, desencadeando se os procedimentos descritos no ponto 3 e seguintes. (Na sala/área de isolamento, é efetuada a colheita de amostra para diagnóstico laboratorial de COVID-19.)

Só por lapso, é que o Sr. Secretário de Estado da Saúde afirmou na conferência de imprensa desta última sexta-feira quando questionado sobre um estudo da fundação Champalimaud e da Ordem os Enfermeiros segundo o qual o número de enfermeiros expostos ao novo coronavírus é até 10 vezes superior ao número de infeções confirmadas, que "sempre que um doente covid-19, em qualquer instituição, testou positivo, todos os contactos profissionais próximos, quer sintomáticos quer assintomáticos, foram testados e monitorizados exaustivamente pelas equipas de saúde ocupacional das respetivas instituições". Se isto tivesse acontecido teriam ido contra os ditames da DGS!

Do mesmo modo, quando se sucederam as denúncias por estruturas representativas dos profissionais de saúde sobre a falta de material de proteção individual na fase inicial e os sucessivos apelos à testagem dos profissionais, e com numerosos exemplos documentados pela Comunicação Social, afirmar que "todos os profissionais de saúde estiveram protegidos, quer do ponto de vista de equipamentos de proteção individuais quer do ponto de vista da testagem enquanto contactos com doentes" é lamentável.

Ter-lhe-á fugido a boca para aquilo que ele próprio, como Médico que não como político, desejaria que tivesse sido efectivamente
feito.

A esperança que fosse lapso esvaiu-se quando no dia seguinte a Srª Ministra da Saúde afirma em conferência de imprensa que "há critérios para a submissão a teste e o ter contacto com um caso é um deles. Estou em crer que todas as estruturas terão respeitado as nossas orientações". Não é só ignorância, é cartilha!

Pois Srª Ministra, além de também desconhecer as Orientações da DGS que fazem lei, faz-lhe falta lidar com o comum médico, enfermeiro, assistente técnico ou operacional e ficar a saber que depois de terem contactado, num vulgar ADC - Comunidade, com um doente que se veio a revelar positivo, nenhum deles é testado!
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