O Sindicato Independente dos Médicos - SIM - solidariza-se com todos os médicos do Serviço de Ginecologia/Obstetrícia do Hospital Garcia de Orta (HGO) e com o seu Diretor, que foi demitido de forma indigna, tendo sido posta em causa a grande qualidade deste Serviço que, apesar do pequeno número de profissionais, tem feito um trabalho notável.
O Diretor do Serviço de Ginecologia/Obstetrícia do HGO, Dr. Alcides Pereira, foi hoje demitido pelo Conselho de Administração (CA) daquele hospital. Há fundamento? Nenhum.
Para além da sua reconhecida competência técnica, o Dr. Alcides é um elemento dinamizador e agregador daquela Unidade Hospitalar.
Nos tempos recentes o CA tomou medidas vergonhosas na gestão do Serviço de Ginecologia/Obstetrícia em geral e em particular do Bloco de Partos, comprometendo a segurança dos doentes. Foram inclusivamente emanadas diretrizes com o selo da GCL-PPICRA sem que esse grupo tivesse disso conhecimento.
A reestruturação exigida pela Covid-19 e o planeamento da retoma foram feitos de forma déspota pelo CA, sem lógica clínica e sem consulta da Direção de Serviço.
Mais, o CA do HGO quer exigir que os médicos de Ginecologia/Obstetrícia trabalhem todos os dias para além do seu horário, assegurando consultas e atividade de forma despropositada.
Solidários com o Dr. Alcides Pereira, todos os médicos, enfermeiros e auxiliares do Serviço manifestaram a incredulidade face a esta medida, em carta enviada hoje ao CA do HGO.
Os médicos de Ginecologia/Obstetrícia ameaçam a demissão em bloco. Depois da Pediatria, este CA destrói agora a Ginecologia/Obstetrícia.
Face ao elevado número de horas extra e indiferenciadas das equipas, o Serviço de Medicina Interna poderá ser a próxima vítima.
Os médicos estão cansados desta gestão tão danosa.
Apelamos a que o CA do HGO, trate com dignidade os seus profissionais.
Lisboa, 29 de maio de 2020
O Secretário-Geral
Jorge Roque da Cunha