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Sindicato Independente dos Médicos

A realidade sobrepõe-se à propaganda

30 junho 2020
A realidade sobrepõe-se à propaganda
A realidade sobrepõe-se à propaganda. Defender a saúde dos portugueses é essencial

Depois de meses em que o combate à pandemia foi decidido pelos departamentos de comunicação do Governo, onde a preocupação foi o adocicar da realidade dando a ideia que estava tudo controlado, esconder as falhas dos sistemas de informação, ignorar os profissionais no terreno e propagandear o milagre português verifica-se que as medidas se revelaram muito insuficientes.

Apesar dos constantes, persistentes e repetitivos alertas do Sindicato Independente dos Médicos, quer na necessidade de proteção dos profissionais quer da população durante meses, a atitude de sonegar informação, esconder a realidade, valorizar epifenómenos positivos, conduziu à situação que vivemos hoje.

As Unidades de Saúde Pública das zonas mais afetadas continuam com atrasos nos inquéritos epidemiológicos porque estão subdimensionadas por permanente desinvestimento nos seus quadros desde há décadas e a trabalharem muito para além do limite sem qualquer pagamento dessas horas há muitos meses.

Apesar dos níveis locais persistentemente reportarem esta situação, mais não lhes dizem do que há de vir ajuda, não se sabendo quando nem quantos, enquanto lhes enviam mais um Excel para responder às ânsias do momento do Ministério da Saúde.

Em especial em Lisboa e Vale do Tejo, a atitude regional subserviente junto do poder político contribuiu efetivamente para o descontrolo da situação num misto de arrogância, incompetência e preguiça.

Ontem até o Sr. Presidente da Câmara de Lisboa assume publicamente essas graves insuficiências dando voz ao que as generalidades dos presidentes de Câmara afirmam em privado.

"Foi consensual entre todos que a situação de calamidade irá continuar em determinadas freguesias e concelhos” decisão do governo.

Assim amanhã, dia 1 de julho, uma machadada na confiança dos portugueses e estrangeiros tem consequências na vida de centenas de milhares de portugueses.

E essa calamidade é decretada sem as medidas de apoio práticas necessárias à população e sem serem sustentadas em leis.

Nomeadamente ficou vedada a possibilidade teletrabalho, dos horários desfasados, do apoio aos pais, continuam os transportes a abarrotar, sem poderes para as autoridades fazerem cumprir os isolamentos profiláticos dos contactos, com grave machadada nos pequenos negócios.

Reforçamos: esta situação de calamidade é decretada sem as medidas de apoio às Unidades de Saúde, de reforço de meios humanos e materiais, mantendo-se os sistemas informáticos com frequentes paragens, os sistemas de informação com dados duplicados e incompletos, com centrais telefónicas sem funcionar ou com quedas constantes das chamadas, sem investimento em infraestruturas e equipamentos, com vários setores de hospitais parados e sem coordenação regional.

A situação agrava-se em termos de infetados e com surtos em hospitais - Torres Vedras, IPO e hoje mesmo Egas Moniz. Bem como regressaram às dezenas as infeções em lares, legais e ilegais.

A comissão nomeada pelo Governo parece não ter qualquer autonomia prática continuando a ser bloqueadas pelos burocratas de serviço e tardam as medidas concretas e visíveis no terreno.

É fundamental que o Governo se preocupe em defender os cidadãos e os profissionais de saúde.

Com as eleições presidenciais do próximo ano não há sequer possibilidade formal de eleições legislativas por isso apelamos fortemente ao Governo:

Estamos numa Pandemia, não pensem constantemente nas sondagens de popularidade e nos votos. Preocupem-se com a resposta séria, organizada e musculada de meios técnicos e humanos na resposta para não prejudicar a atividade económica e a saúde dos restantes portugueses em que os atrasos que já eram colossais se agravaram com o consequente aumento da mortalidade e morbilidade.

A realidade sobrepõe-se à propaganda. Defender a saúde dos portugueses é essencial.

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