Dizia há dias o Sr. Presidente da Republica, a propósito do Juramento de Hipócrates dos novos Médicos, que "a profissão de médico não é uma profissão como as outras”, "Não tem horas, dias, semanas. É à hora que for, no dia que for, na semana que for”. Pois é…
O SIM acredita que o Sr. Presidente da República o sinta e o pense. E que se sinta tentado a exercer a sua magistratura de influência...
Mas os Médicos estão fartos de lágrimas de crocodilo, de palmas á varanda, de rebuçados dos Arcos. Basta de promessas não cumpridas, de desconsiderações e de faltas de respeito.
O SNS, talvez a maior conquista de Abril, cuja indispensabilidade está a ser posta à prova nesta pandemia e que se aguenta muito á custa da resiliência dos seus profissionais, está a soçobrar.
A falta continuada de investimento em recursos humanos e na renovação de equipamentos, as equipas depauperadas em número de elementos e nas condições de trabalho, tudo aconselha os mais novos a abandonarem esse SNS, sendo como o são mão-de-obra extremamente qualificada avidamente procurada fora de portas e pelos privados.
Há mais de 15 anos que não ocorrem revisões salariais apesar da disponibilidade dos sindicatos em negociarem grelhas salariais. Profissão de risco e desgaste rápida como o é, não vê essa penosidade reconhecida. A progressão via concursal com provas públicas, com subida de categoria e melhoria remuneratória, a possibilidade de mudança de local de trabalho por via da mobilidade, tudo isso está retardado anos e anos. A perda do poder de compra dos médicos atinge nesse período de tempo os 23% !!!
Há dinheiro para descongelar a carreira dos administradores hospitalares, há dinheiro para socorrer repetidamente a banca criminosa e incompetente, há dinheiro para fazer uma Nova TAP, a tal onde o seu dinheiro voa… pois, são os compromissos … sê-lo-ão mas não para com o povo português.
São anunciados biliões em fundos europeus, apelidados de bazuca em linguagem de guerra … quantos serão afectados ao SNS e aos seus profissionais? Quais serão as prioridades?
Perante a insensibilidade governamental, os médicos não irão cair em armadilhas, enveredando neste momento por formas de contestação que prejudiquem uma população.
Mas não contem com a cumplicidade do nosso silêncio.
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