O SIM manifesta o seu regozijo por ver que médicos e outros profissionais de saúde começarão amanhã, dia 27 de dezembro de 2020, a ser vacinados contra a COVID-19!
Em cinco hospitais, de Norte a Sul, vê-se uma luz ao fundo do túnel!
A
capacidade organizativa do Hospital de São João está bem à vista e não temos dúvidas que quer a adesão dos profissionais quer a ministração da vacina decorrerá de modo exemplar, destacando-se a atenção à segurança na medida em que o Serviço de Imunoalergologia fará "a abordagem a reações alérgicas" enquanto a equipa da Emergência Intra-Hospitalar terá a missão de monitorizar eventuais "reações graves". Terá lugar nas instalações do Centro de Ambulatório, área normalmente dedicada às consultas externas, aproveitando-se um espaço que está livre ao domingo e não interferindo com a actividade normal.
O SIM tem confiança na "Task Force" para esta vacinação liderada por Francisco Ramos, até porque toda a capacidade organizativa terá de ser ajustada e reinventada nomeadamente para a 2ª fase e seguintes, e sem que o seja em cima do joelho.
As características deste Programa, até pelas condicionantes logísticas e de segurança clínica inerentes a esta nova vacina, exigem planeamento sem falhas. Não é mais uma vacina como as outras do Plano Nacional de Vacinação.
É urgente que a DGS, que superintende tecnicamente a operação, estabeleça critérios muito objectivos e discriminados, com conhecimento público, sobre quais são os doentes que terão direito a serem vacinados na 1ª fase, e que as bases de dados da SPMS funcionem na identificação e contacto dos doentes abrangidos.
Perspectivamos uma grande pressão sobre os Centros de Saúde e os Médicos de Família por parte de doentes (e seus familiares) para a sua inclusão nesta 1ª fase. Por exemplo, nem todas as doenças respiratórias ou nem todas as doenças cardíacas serão passíveis de inclusão...
O arranque da máquina propagandística e a fartura de declarações públicas e de mensagens para os telemóveis dos utentes, a não serem acompanhados por uma campanha informativa correcta, poderão criar situações compreensivelmente constrangedoras.
Finalmente um agradecimento aos Investigadores que criaram estas vacinas ao fim de menos de um ano, e à União Europeia que assumiu o financiamento parcial da investigação e a elaboração de contratos de compra para todos os países, permitindo equidade na sua distribuição. E possibilitando que os cidadãos portugueses sejam vacinados.
O SIM espera que o Sr. Presidente da República não tenha de vir dizer que foi enganado, como aconteceu com a insuficiência de doses verificada com a vacina contra a gripe.
E que não haja uma Ministra da Saúde que justifique essa falha com a adesão dos profissionais de saúde à vacinação.