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estudo publicado esta semana, Eugénio Rosa analisa diminuição da esperança de vida em Portugal quando na maioria dos países União Europeia se verifica precisamente o contrário, mostrando que isso é uma consequência da degradação crescente do SNS devido ao desinvestimento e à falta de meios.
A esperança de vida à nascença que aumentou de uma forma continua até 2017. No entanto, "a partir de 2017 regista uma inversão com uma diminuição cada vez mais acentuada. É previsível que em 2020, devido às mortes causadas pelo COVID-19 e pelas doenças não COVID-19 devido à falta de assistência médica, a queda na esperança de vida tenha sido ainda maior que a verificada em 2019. É também consequência das dificuldades que a população estava a enfrentar, e agora ainda maiores, no acesso a cuidados de saúde motivada pela degradação crescente e falta de resposta do SNS".
Para Eugénio Rosa, "a falta de capacidade do SNS para prestar à população a assistência que ela necessita, e que devia ter direito como estabelece a própria Constituição da República, é evidente."
REDUZIDO NÚMERO DE MÉDICOS E ENFERMEIROS NO SNS, MAL PAGOS E SEM CARREIRAS E CONDIÇÕES DE TRABALHO DIGNAS
Eugénio Rosa realça que "a pandemia causada pela COVID-19 tornou visível a situação grave em que se encontrava o SNS como consequência do subfinanciamento crónico, da falta de profissionais de saúde devido à ausência de carreiras, de remunerações e condições de trabalho dignas".
Afirma ainda que "embora o governo, e nomeadamente a ministra da Saúde, esforcem para convencer os portugueses que a culpa das elevadas perdas de vida e do colapso de muitos hospitais é apenas da pandemia, e que era impossível evitar isso, a verdade é outra. A degradação em que o SNS se encontrava tornou o colapso mais rápido e os seus efeitos mais graves e obrigou a sucessivos confinamentos que destruíram a economia, causaram o aumento explosivo da dívida pública e da pobreza".
O estudo demonstra que no SNS "o número de médicos é insuficiente devido à ausência de remunerações, carreiras e condições de trabalho dignas".