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Sindicato Independente dos Médicos

Senhor Primeiro-Ministro proteja os médicos. Não os discrimine negativamente também na vacinação

22 março 2021
Senhor Primeiro-Ministro proteja os médicos. Não os discrimine negativamente também na vacinação
Por ser do domínio público, em dezembro de 2020, janeiro, fevereiro e março de 2021, o SIM suscitou formalmente junto da Ministra da Saúde e de outras entidades diretamente envolvidas no Plano Nacional de Vacinação, a gravidade do facto de que em alguns hospitais e centros de saúde se está a recusar a vacinação prioritária dos trabalhadores médicos em contínuo exercício de funções assistenciais de muito alto risco de contaminação, 60 dias depois de os próprios terem já sido infetados pelo SARS-CoV-2.

Desafortunadamente, não foi dada qualquer resposta, sequer protocolar, a esta iniciativa e, pior do que isso, no terreno nada de diferente e para melhor há a registar.

Dado o atual imperfeito saber científico a respeito da doença, tendo em conta várias recomendações internacionais de boa fonte, e também o facto de nada na literatura existir que o contra indique, de novo se sugere cautelarmente, e com o devido ênfase, que se promova a vacinação deste grupo profissional 55 dias após ser conhecida a existência da infeção, mesmo quando exista serologia positiva, e, muito mais ainda, quando essa serologia é negativa.

Estes trabalhadores, os trabalhadores médicos, estão disponíveis para receber a vacina – com a maior brevidade –, desde logo todos os que estão permanentemente expostos a uma grande carga viral, como sucede, a título de mera exemplificação muito longe de exaustiva, com aqueles que realizam frequentes intubações oro traqueais a doentes COVID-19, que asseguram o transporte desses mesmos doentes para UCI, e que efetuam traqueostomias a doentes positivos, ventilados em UCI, tudo procedimentos que geram apreciáveis partículas de aerossóis virais.

Já nas Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas, diferentemente e bem, procedeu-se à vacinação de todos os idosos e funcionários, mesmo dos infetados.

Não faz qualquer sentido a omissão que aqui se denuncia, e constitui ela uma patente e gravíssima forma de levianamente se descurar da básica proteção da saúde e da vida destes abnegados trabalhadores, neste caso os trabalhadores médicos, que estão quotidianamente a lidar diretamente com doentes infetados.

Lamentamos, ainda para mais, que em parte dos locais de trabalho assinalados, se tenha procedido à vacinação de pessoas pertencentes a grupos não prioritários e regista-se com preocupação as recentes declarações algo atabalhoadas da Ministra da Justiça, criminalmente, mas não só a esse nível, desculpabilizadoras de muitos dos casos de desorientação, de desorganização de procedimentos no terreno e de patente má-fé de certos agentes e dos seus protegidos.

Tendo todos conhecimento de novas variantes em circulação, é de notar que aqueles que foram infetados pela variante SARS-CoV-2 normal ou primordial, não terão a devida proteção sem a toma imediata da vacina. A imunidade natural não é tão-pouco duradoura em doentes com doença ligeira. Do ponto de vista científico na avaliação serológica a recuperados de COVID-19, não  há valores definidos para cutt off que possam definir um adequado e aceitável grau de proteção.

Em síntese, o SIM, para além de manifestar o seu protesto por mais esta discriminação negativa, de que estão a ser diretamente vítimas os trabalhadores médicos em Portugal, e indireta e mediatamente toda a população posta sob os seus cuidados assistenciais, solicita a Vossa Excelência, Senhor Primeiro-Ministro, que, no uso dos poderes constitucionais e de orientação política geral do Governo da República que possui, determine a imediata revisão e superação do quadro descrito, revendo-se a formulação das medidas em vigor, bem como a respetiva muito urgente aplicação nos diversos serviços e estabelecimentos de saúde. Assim procedendo, acautelar-se-á o bem maior que a saúde pública é, dependente que sempre está de serem em cada momento tomadas as medidas que a promovem e concretizam no terreno, sem preconceitos.

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