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Sindicato Independente dos Médicos

SIM solidariza-se com médicos das PPP do SNS

22 maio 2021
SIM solidariza-se com médicos das PPP do SNS
A ingratidão, a falsidade, o preconceito ideológico, o premiar a subserviência e a propaganda, têm sido atitudes persistentes da Senhora Ministra da Saúde.

Os Sindicatos Médicos, em mesas negociais, assinaram acordos com as parcerias público-privadas da saúde, ao invés de recusarem o diálogo, conforme faz a Senhora Ministra da Saúde.

Em nome dos associados do SIM e, atrevemo-nos dizer, de todos os médicos e demais profissionais de saúde das parcerias público-privadas da saúde, lamentamos as afirmações e o tom utilizado pela Senhora Ministra e transcrevemos o grito de alma dos nossos associados:

Senhora Ministra da Saúde,

A resposta à pandemia, tal como no dia a dia da atividade médica, mede-se pela dedicação e entrega dos seus profissionais de saúde, sendo este o principal recurso que sustenta o contínuo funcionamento do SNS.

Com coragem, construímos circuitos seguros no Hospital Beatriz Ângelo, em Cascais e em Vila Franca de Xira, onde tudo fizemos para não deixar ninguém de fora.

Fomos os hospitais mais pressionados da área metropolitana de Lisboa e Vale do Tejo, onde se chegou a ter cerca de 300 doentes internados. Trabalhámos com uma taxa de esforço muito acima das nossas capacidades pelo que houve necessidade de mobilização de todos os nossos recursos, colocando-nos a nós e às nossas famílias em segundo plano em prol dos cuidados aos nossos doentes.

Fomos abertura de notícias no telejornal. A nossa realidade foi conhecida a nível nacional. Fizemos vários pedidos de alerta. Transferimos doentes para outros hospitais após a sobrelotação dos nossos meios.

Ninguém desistiu. Abraçámos, com resiliência, a nossa missão. Salvámos muitas vidas. Perdemos outras. Levámos para casa o peso de ter a pandemia nas nossas mãos.

Fomos as costas uns dos outros, porque fora o nosso espírito de equipa, já sabíamos que pouco mais tínhamos. Juntos, ultrapassámos muitas dificuldades. Só quem esteve no terreno, no campo de batalha, na verdadeira linha da frente, consegue perceber a dimensão das nossas palavras.

A exaustão física e emocional foi avassaladora.

Fizemos o que tínhamos de fazer. Os hospitais, inseridos numa das áreas geográficas do país com maior número de casos por 100.000 habitantes, foram postos à prova. Mantivemo-nos firmes. Vencemos graças ao nosso esforço hercúleo, reconhecido até até pela própria Senhora Ministra que no dia 7 de abril de 2021, enviou um louvor ao Hospital Beatriz Ângelo, em reconhecimento pelo trabalho desenvolvido e pelo excecional empenho dos seus profissionais de saúde, no âmbito da resposta à COVID-19.

No entanto, foi com lamentável pesar que ouvimos a Senhora Ministra, Drª Marta Temido, em ato de profunda amnésia e realizando um aterrador exercício de contradição, afirmar que os Hospitais não deram uma resposta adequada porque deixaram para trás a atividade assistencial contratualizada, esquecendo ainda a Senhora Ministra a situação epidemiológica da altura e o seu próprio Despacho n.º 5314/2020, de 7 de maio, e o Despacho n.º 574-A/2021, de 13 de janeiro, que obrigaram a suspender a atividade programada para concentrar os esforços no combate à pandemia.

O que faltou Senhora Ministra? Terá falhado uma verdadeira resposta em rede? Questionamos onde está o plano do Governo para a recuperação dos milhares de consultas e cirurgias que ficaram por fazer? Questionamos qual o reforço que foi feito em termos de recursos humanos?

O que mais deveríamos ter feito? Durante as longas jornadas de trabalho, centenas de horas onde vestimos uma armadura de máscaras, viseiras, batas, cogulas e perneiras para combater um inimigo invisível mas que estava a frente de todos nós. Tratámos todos os doentes com respeito, fazendo o que tinha que ser feito em cada momento, demos aquilo que tínhamos e aquilo que não tínhamos, por vezes caímos mas sempre nos levantámos para proteger aqueles que de nós dependiam.

Quando afirma que a resposta foi insuficiente, ignora que não tratámos números, mas sim pessoas. Agora que a situação pandémica está mais controlada em Portugal escolheu esta altura para esquecer os seus heróis que vinha aplaudir à varanda?

Senhora Ministra, ser Médico é dedicar a nossa vida ao serviço dos outros. Os doentes são o nosso foco, a nossa prioridade. Se demos uma resposta insuficiente, de quem será a responsabilidade?

Seguiremos, fiéis ao nosso Juramento de Hipócrates. Não esperamos reconhecimento político. O maior reconhecimento que podemos ter é saber que cumprimos a nossa missão.

Médicos do SIM de Cascais, Loures e Vila Franca de Xira
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