Público, 15 setembro 2021, Alexandra Campos
Nunca houve tão poucos médicos em exclusividade no Serviço Nacional de Saúde (SNS). Em Agosto deste ano, eram 4840, menos 365 do que em Setembro de 2020, representando agora já menos de um quarto do total de especialistas no activo (23,8%), de acordo com os dados adiantados pelo Ministério da Saúde.
À medida que os médicos neste regime — que prevê uma remuneração adicional e foi extinto em 2009 — se vão reformando, diminui a sua proporção no universo dos especialistas que trabalham no SNS, enquanto se aguarda que o executivo avance finalmente na concretização do novo regime que designa como "dedicação plena”, cumprindo o que está definido na nova Lei de Bases da Saúde (que prevê a sua introdução progressiva) e no próprio programa do Governo.
Os dirigentes dos sindicatos que representam os médicos dizem que estão a aguardar que o Governo apresente uma proposta concreta neste sentido. "Esta é uma exigência antiga, a grande mais-valia será conseguir que os médicos permaneçam no SNS”, frisa o presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fnam), Noel Carrilho, que lamenta que a ministra da Saúde "ainda não tenha tido disponibilidade” para receber os representantes dos sindicatos.
Jorge Roque da Cunha, secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), repete igualmente que concorda com a medida e que está "totalmente disponível para negociar, desde que a adesão a este regime seja voluntária”.