Público, 12 de outubro de 2021, Ana Maia
Os sindicatos dos médicos admitem elevar o tom da contestação. Esta quarta-feira o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e a Federação Nacional dos Médicos (Fnam) reúnem-se para avaliar as condições de trabalho dos clínicos e a ausência de resposta por parte do Ministério da Saúde aos pedidos de abertura do processo negocial. A greve é uma das hipóteses em cima da mesa.
"Irá haver um endurecimento no tom da contestação. As medidas serão tomadas amanhã [esta quarta-feira] na reunião entre sindicatos”, diz, assumindo que a possibilidade de greve não está excluída. "A greve é sempre a última arma que os médicos usam e tem sido usada parcimoniosamente. Mas é uma possibilidade cada vez mais verosímil. Toda a atitude prática da ministra da Saúde está a empurrar os médicos para essa situação”, afirma Jorge Roque da Cunha.
"Há dois anos e meio que o Ministério da Saúde tem contribuído para afundar o SNS. Há menos acesso aos cuidados de saúde primários, as listas de espera estão maiores, há milhares de utentes sem médico de família, há uma desconsideração permanente em relação aos médicos e em relação à concorrência por parte dos privados ao SNS. O Ministério da Saúde tem-se mostrado alheio a isso”, aponta o médico.