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Sindicato Independente dos Médicos

Médicos de Portugal exigem fim do conflito bélico na Ucrânia

05 março 2022
Médicos de Portugal exigem fim do conflito bélico na Ucrânia
Carta Aberta
Médicos de Portugal exigem fim do conflito bélico na Ucrânia
E corredor humanitário independente e livre

Os médicos de Portugal exigem o fim do conflito bélico na Ucrânia.

Nós, médicos a exercer em Portugal, opomo-nos ao conflito que se trava neste momento em território ucraniano e apelamos urgentemente ao cessar-fogo, bem como à existência imediata de um corredor humanitário independente e livre que permita que a ajuda chegue efetivamente a quem precisa.

Neste momento muito difícil, apelamos ao fim imediato das hostilidades e à resolução de todas as questões políticas exclusivamente por meios pacíficos.

Jurámos consagrar a nossa vida ao serviço da humanidade. A nossa missão é salvar vidas humanas. Queremos um mundo sem medo. Onde ninguém tenha de sofrer sem acesso a cuidados médicos. Queremos a ciência ao serviço da vida e não da destruição.

Somos de várias nacionalidades e trabalhamos juntos num país, Portugal. Somos portugueses, ucranianos, russos, brasileiros, espanhóis, italianos, cubanos, e de muitas outras nacionalidades. E estamos juntos pela paz e pela vida. Com humanismo e solidariedade. Sem fronteiras. Somos os soldados da paz, que não desistem de lutar pela vida das pessoas, que não deixam ninguém para trás, que cuidam e protegem os seus doentes.

Ser médico é estar na linha da frente, na liderança, sem deixar ninguém sozinho, em tempo de paz e de guerra. Existimos para servir os nossos doentes. Temos o mais antigo juramento deontológico, a mais antiga profissão de fé. Tratamos os ricos e os pobres, os capitalistas e os trabalhadores, os ditadores e os cidadãos, as celebridades e os anónimos. Tratamos todos da mesma maneira. A nenhum, perguntamos pelas suas ideias. Não dividimos as pessoas em amigos e inimigos. Não permitimos que considerações de religião, nacionalidade, raça, partido político, ou posição social se interponham entre o nosso dever e o nosso doente. E o nosso doente não tem idioma. A dor não tem idioma. A vida humana não tem idioma. Falamos todos a mesma linguagem através do olhar das crianças que choram, do ranger determinado dos dentes de quem tudo faz para salvar a sua família em busca de um porto seguro, da testa enrugada de quem assiste, a cada tiro, a cada bomba, a mais uma morte. E os doentes entregam ao médico a sua vida.

Os direitos humanos não estão a ser respeitados nesta guerra, nem mesmo o princípio internacional da neutralidade médica. Exemplo disso foi o bombardeamento a vários hospitais. Impedir a assistência médica dos doentes viola o direito internacional e as regras básicas da vida humana. Garantir que os doentes e vítimas tenham total acesso a cuidados de saúde é uma obrigação dos países em conflito e de toda a comunidade global.

Ninguém ganha com esta guerra. Estamos todos a perder. E cada minuto conta. Os mortos, os traumatizados e a destruição não param de aumentar.

Exigimos um cessar-fogo imediato e a abertura de um corredor humanitário independente e livre na Ucrânia que permita ajudar as pessoas e salvar vidas.

Este é o momento de nos abraçarmos e ficarmos mais fortes.
Bem hajam.

Slava Ukraini

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