Os médicos, as remunerações, o SNS, as prestações avulsas de serviços médicos…
14 abril 2022
Esteve a ser recebido nos últimos dias por Médicos Especialistas um mail, oriundo de entidade credível e habitual angariadora de prestadores de serviços médicos, e que abaixo se reproduz:
From: xxxxxxx <recrutamento@medipeople.pt>Sent: Tuesday, April 12, 2022 11:41:58 AMTo: xxxxxxxxxxxxxxSubject: Ginecologia e Obstetrícia - Portalegre | 13 Abril- 79€/hCaros Doutores,Envio a necessidade do serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Dr. José Maria Grande, Portalegre- ULSNA, EPE para o seguinte turno:Dia 13/abr 20h-08h ou 24hHonorários pontuais: 79€/horaTem interesse?Obrigada.Com os melhores cumprimentos,xxxxxxxxxxxxxxxxxxxMediPeople
Que dizer acerca disto?
Que quando um Medico Especialista, independentemente do seu grau e categoria da carreira Médica, é remunerado por um serviço de 24 horas com 1.896 € ilíquidos, ele ganha muito bem?
Ou será que é um Médico Especialista com a categoria de Assistente numa entidade do SNS que, com um vencimento mensal ilíquido de 2.779,27 €, ganha muito pouco para a responsabilidade e tarefas altamente especializadas que desempenha?
Com as actuais tabelas salariais, que datam (inalteradas) de 2012, espera a Sr.ª Ministra da Saúde que a actual tendência de serem deixados vazios os concursos para trabalho regular nas entidades do SNS seja revertida? Que seja estancado o êxodo de Médicos para a actividade privada e a onda de aposentações dos mais capazes e graduados?
É com propostas do estilo de uma tal de "dedicação plena” de qual pouco se sabe e ao que parece apenas para uns poucos, ou de intenção de melhoria do valor hora do trabalho extraordinário para cargas horarias superiores a 500 horas extarordinárias/ano (já agora, o limite legalmente estabelecido é de 150 horas/ano…) que as gritantes carências de recursos humanos médicos no SNS irão ser revertidas? Muitas e excruciantes dúvidas…
Mas o SIM saúda a anunciada disponibilidade manifestada, ao fim de quatro anos de silêncio, pela equipa do Ministério da Saúde para o diálogo e para o desenvolvimento da negociação colectiva, e comparecerá às reuniões com espírito de abertura para o desenvolvimento de consensos e obtenção de resultados.
No entanto desde já alerta que a nossa contraparte de disponibilidade negocial e de manutenção da paz social e laboral estará pendente da observância pelo Ministério da Saúde, num processo com a participação e o compromisso dos responsáveis pelas Finanças e pela Administração Pública, de uma calendarização e baias temporais para a obtenção de um acordo.
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