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Sindicato Independente dos Médicos

Sábado: Dois anestesistas para um hospital

17 abril 2022
Sábado: Dois anestesistas para um hospital
Sábado, 13 abril 2022, Lucília Galha

Desde meados da semana passada que há menos bebés a nascer em Loures. O número de partos no Hospital Beatriz Ângelo foi reduzido para metade. O problema não é a falta de obstetras, mas de anestesistas. São estes especialistas que garantem a epidural nas situações normais, e uma anestesia em cesarianas emergentes. E se antes existia um anestesista alocado ao bloco de partos, agora é preciso esperar que os que estão nas Urgências estejam disponíveis. Nem sempre acontece. Razão: são apenas dois, para todo o hospital.

Nos últimos meses, a instituição perdeu mais de metade dos profissionais desta especialidade. "Chegaram a ser 30, agora são cerca de 9 e dois estão prestes a sair, ficam 7”, diz à SÁBADO Alexandre Valentim Lourenço, presidente do Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos. Já este fim de semana, o jornal Expresso dava conta de que pelo menos 12 anestesistas deixaram o hospital para ir para o privado.

O hospital já deixou de receber grávidas trazidas pelo INEM e, quando esgota a agora reduzida capacidade, transfere-as para outros hospitais da região de Lisboa, revela fonte hospitalar. Também não consegue garantir que as mulheres em trabalho de parto recebem a epidural. Todas as cirurgias programadas têm sido adiadas para dar prioridade às oncológicas e urgentes.

Embora a falta de recursos humanos no Serviço Nacional de Saúde seja transversal a praticamente todas as especialidades, na Anestesiologia é ainda mais notória.

O problema não é propriamente a falta de especialistas, é a incapacidade de os reter no setor público. São os privados que os absorvem. "O público tem condições menos atrativas, os horários não são tão flexíveis e as horas extras não são tão bem pagas. Além de que não existe incentivo à produtividade”, aponta um interno da especialidade a trabalhar num hospital de Lisboa.

E como o recurso a tarefeiros tem sido muitas vezes a solução, há muitos profissionais a optar pela prestação de serviços. "Sei de pelo menos dois anestesistas que saíram do Amadora-Sintra e voltaram como prestadores de serviços a ganhar 50 euros por hora. Antes recebiam 17,50”, conta Jorge Roque da Cunha.

Artigo completo em Sábado.

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