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Sindicato Independente dos Médicos

Hospital Amato Lusitano - ULS Castelo Branco: Um Hospital em extinção?

11 outubro 2022
Hospital Amato Lusitano - ULS Castelo Branco: Um Hospital em extinção?
O Secretariado Regional do Sindicato Independente dos Médicos - SIM/Centro, depois de visitar o Hospital Amato Lusitano, de Castelo Branco, no passado dia 30/09/2022, começa por deixar uma palavra de apreço e apoio aos médicos deste hospital, por continuarem a manter viva esta instituição fundamental à vida dos nossos concidadãos.

O Hospital Amato Lusitano, instituição antiga do nosso SNS, não se pode dizer que, de forma geral, tenha instalações ou equipamentos maus, ou insuficientes. Nalguns casos estão até desaproveitados, como é o caso do equipamento de litotrícia, que também por falta de médicos não tem melhor e mais frequente uso.

No que respeita às instalações hospitalares, pese embora o facto de serem necessárias obras de renovação do Bloco Operatório e do Serviço de Urgência, não são essas as maiores carências. O Hospital possui inclusive uma unidade de ambulatório completamente nova e com excelentes condições.

A grande, enorme carência do hospital prende-se com a falta grave de pessoal médico. A título de exemplo:
Obstetrícia – Um médico do quadro, com idade avançada, os restantes são prestadores externos;

Cardiologia – Uma médica no quadro do hospital;

Urologia – Dois médicos do quadro, dos quais um em pré-reforma;

Otorrinolaringologia – Dois médicos do quadro;

Cirurgia - Quadro médico muito insuficiente, com necessidade de recurso permanente a prestadores externos; Apesar do recurso a prestadores externos, necessidade de os cirurgiões do hospital fazerem dois turnos de 24 horas por semana (turnos de 24 horas são ilegais); Apesar da sobrecarga de trabalho no SU pelos cirurgiões do hospital e do recurso a prestadores, nem assim as escalas cirúrgicas cumprem os critérios mínimos indispensável para o funcionamento seguro da urgência. Com frequência ficam escalados à noite um ou dois cirurgiões. Basta pensar que para qualquer cirurgia são necessários pelo menos dois cirurgiões;

Ortopedia - Necessidade permanente de recurso a prestadores externos;

Anestesia – Necessidade de recurso permanente a prestadores externos;

Pediatria – Número insuficiente de pediatras para assegurar as diversas valências do serviço (consulta externa, internamento, neonatologia);

Imunohemoterapia – Sem médico ao arrepio do disposto no DL 185/2015, funcionando, portanto, de forma ilegal e não assegurando os critérios mínimos para qualquer atividade transfusional. Como é evidente, não estando assegurado o regular funcionamento do serviço de imunohemoterapia e, logo, da transfusão, toda a atividade médico-cirúrgica que necessite de transfusão, deverá ser suspensa, para segurança do doente;

Serviço de Urgência – Com recurso extremo a prestadores externos, sendo que com frequência, as escalas são compostas quase em exclusivo por prestadores externos em regime de trabalho não subordinado a tarefa.
Sintetizando, as carências encontradas no Hospital Amato Lusitano, são graves e lesivas do interesse da população servida pela ULS de Castelo Branco, com riscos inaceitáveis decorrentes da falta grande de médicos.

Mais um triste retrato do estado a que os poderes públicos foram votando o SNS.

Coimbra, 10 de outubro de 2022

O Secretariado Regional do SIM/Centro
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