Sindicato Independente dos Médicos

A importância da ecografia obstétrica morfológica ou do 2º trimestre é unanimemente reconhecida à luz da legis artis e da segurança de grávidas e fetos.

Apenas alguns exemplos:

- Na cidade do Porto, às grávidas dos centros de saúde abrangidas pelo protocolo de diagnóstico pré-natal com o Centro Hospitalar Universitário de São João, deixou de ser assegurada a realização da ecografia de 2º trimestre. Desculpa da instituição hospitalar: falta de recursos humanos médicos para as executarem, por aposentação e/ou saída de médicos para a privada. Os Médicos de Família prescrevem-na e a grávida tem de encontrar em tempo útil (pela 24ª semana) uma entidade que a faça. Mas na cidade do Porto há apenas uma entidade convencionada com a ARS Norte... entidade que aceita ser paga a 28 € por exame... contra o pagamento de 100 e mais € numa entidade privada).

- Na área de influência do Centro Hospitalar de Setúbal a Unidade de Ecografia e Diagnóstico Pré-Natal ficou vazia com a aposentação dos seus dois últimos Obstetras em 2022. As ecografias são feitas fora e a alto custo, não havendo qualquer possibilidade de colaboração com os Cuidados de Saúde Primários.

- E na cidade de Lisboa? Pois aí nem hospitais, nem convencionados...

A ocorrência de erros graves de diagnóstico amplamente tratada pela comunicação social obrigou, e muito bem, a que a sua execução dependesse da posse dessa competência médica pelos Obstetras que a levam a cabo nas instituições privadas. Cujos profissionais compreensivelmente exigem ser dignamente pagos...

Só falta dizer que são interesses corporativos e que a culpa é da exigência técnica da Ordem dos Médicos.