O Sindicato Independente dos
Médicos - SIM reuniu hoje com a Senhora Secretária de Estado da Promoção da
Saúde, tendo-lhe sido expostos vários problemas da Saúde Pública que
necessitam de resolução urgente, tendo esta Especialidade de ser apoiada e
de ver terminada muita da discriminação negativa de que é injustamente alvo.
Apresentamos assim alguns
problemas prementes da área de exercício profissional médico de Saúde Pública e
que mais afetam o funcionamento dos serviços que zelam pela promoção e
proteção da saúde das populações, sendo prioritário:
- Respeito pelo Código do Trabalho e pela Lei
CTFP, pois os médicos de Saúde Pública são discriminados e obrigados a cumprir
200 horas de trabalho suplementar para que possa ser processada e paga a
primeira a hora;
- Dignificar o suplemento de Autoridade de Saúde,
cujo montante corresponde a 200 euros brutos – incompatível com as funções
complexas de responsabilidade de Estado;
- Estender o suplemento de disponibilidade
permanente aos médicos de SP a exercerem funções em serviços-chave em termos de
proteção da saúde, como é o caso da DGS, do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA) e outros serviços centrais do Ministério da Saúde com intervenção em Saúde Pública, como o SICAD ou o IPST;
- Cessar a discrepância de pagamento de vencimento
aos Contratos Individuais de Trabalho e aos Contratos em Funções Públicas entre
serviços do mesmo Ministério da Saúde;
- Aumentar o investimento em instalações nos
equipamentos, na informática e sistemas de informação de forma a melhorar a capacidade de intervenção dos serviços operativos da SP;
- Necessidade crítica de aumentar
a capacidade formativa em SP: estima-se que 70% dos médicos de SP
em exercício de funções se poderão reformar a curto prazo;
- Progressão
na carreira: abertura regular de concursos, para habilitação ao grau de
consultor e a publicação de resultados, imediatamente após homologação dos
resultados, impõem-se como estratégias para reter os especialistas em SP;
- Por cobro à indefinição quanto à estrutura da
Saúde Pública (organização e funcionamento dos serviços operativos de SP).
Decorridos 6 anos da primeira tentativa de reforma (2016) e da sua
repristinação infrutífera em 2020/23, nada se realizou;
- A emissão dos atestados multiusos não deveria ser
da responsabilidade dos médicos de saúde pública, sendo urgente que o governo
resolva esse gravíssimo problema que afecta dezenas de milhares de cidadãos com
doenças graves e incapacitantes. Os serviços da segurança social poderiam e deveriam assumir essa tarefa.
O SIM alertou ainda para que o
processo de descentralização de competências do Estado Central nas autarquias
agravou o problema, uma vez que âmbito de intervenção das Unidades de Saúde Pública (USP) é supraconcelhio – o que faz com que as autarquias limitem a
utilização dos recursos humanos e das viaturas aos seus concelhos.
Em consonância com a sua
comprovada postura de diálogo e de procura de soluções, o SIM reafirmou a sua
total disponibilidade, na esperança de o País e o SNS as verem aplicadas.