Público, 23 abril 2023, Jorge Talixa
Quase 45% dos utentes inscritos nos centros de saúde dos concelhos de Alenquer, Arruda dos Vinhos, Azambuja, Benavente e Vila Franca de Xira não têm médico de família atribuído. O Agrupamento de Centros de Saúde (Aces) do Estuário do Tejo, que gere as cerca de duas dezenas de unidades de saúde da região, soma já mais de 105 mil utentes sem médico. A situação não tem parado de agravar-se nos últimos meses e esta região a Norte de Lisboa tem, nesta altura, a pior situação de falta de médicos de família de todo o país.
Autarcas e utentes desmultiplicam-se em iniciativas e protestos e o ministro Manuel Pizarro revelou, há pouco mais de uma semana, que a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARS-LVT) vai substituir a direcção do Aces do Estuário do Tejo e promover uma auditoria ao funcionamento deste Agrupamento e dos respectivos centros de saúde.
A região servida pelo Aces do Estuário do Tejo (concelhos de Alenquer, Arruda dos Vinhos, Azambuja, Benavente e Vila Franca de Xira) lidera, assim, destacada a tabela de percentagem de utentes sem médico. São já 44,7% dos inscritos sem médico. Ainda com base nos dados do final de Março, segue-se a área do Aces do Arco Ribeirinho (concelhos da margem sul do Tejo) com 41,4% dos utentes sem médico e o Aces da Amadora com 35,1%.
Na lista dos agrupamentos de centros de saúde mais afectados pela falta de médicos estão, também, os Aces Oeste Sul (35% sem médico) e de Sintra (33,4). Na cidade de Lisboa, os quatro agrupamentos existentes estão entre os 19 e os 22% de utentes sem médico.