Observador, 07 março 2025, Tiago Caeiro
O Ministério da Saúde decidiu contratualizar, no final de setembro, a realização de consultas e exames à entidade privada que gere o Hospital de Cascais. O objetivo era dar acesso aos cuidados médicos a 75 mil pessoas dos concelhos de Cascais e Sintra. No entanto, a medida falhou. Em três meses, só foi atribuído médico de família a 5100 pessoas, tendo sido atendidos cerca de mil utentes, muito longe do objetivo definido.
Medida chegou a 7% da população-alvo. SIM diz que houve dificuldades na contratação de médicos
Feitas as contas, a medida chegou a apenas 7% da população a que se destinava. Por outras palavras, "falhou completamente”, diz o Secretário-Geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) que, desde o início, se mostrou cético em relação ao projeto. Mas, então, o que fez com que o projeto fracassasse? Nuno Rodrigues garante que a Ribera Salud (a empresa espanhola que gere o Hospital de Cascais) não tinha os recursos humanos suficientes para dar a resposta contratualizada com o ministério, tendo enfrentado dificuldades em recrutar médicos.
"Esta entidade não tinha os médicos necessários, teve de ir ao mercado contratar. E é evidente que contratar para um projeto que não sabe quanto tempo vai durar torna-se muito difícil. Os médicos que foram contactados recusaram”, diz o Secretário-Geral do SIM ao Observador, justificando, desta forma, os parcos resultados gerados pela parceria.
* Foto: Observador