Sindicato Independente dos Médicos

Em entrevista ao Jornal SOL, o Secretário-Geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), Nuno Rodrigues, e o Presidente do Conselho Nacional, Jorge Roque da Cunha, abordam temas fundamentais que afetam a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Apontam as falhas estruturais do sistema e defendem mudanças urgentes na contratação de médicos, na organização das urgências e na formação.

Os dirigentes do SIM alertam para a realidade de uma "concorrência totalmente desleal” entre médicos do SNS com contrato e prestadores de serviço, muitas vezes contratados através de empresas. "Só [deve] trabalhar nos serviços de urgência quem tem contrato individual de trabalho com o Estado. É evidente que isso, a curto prazo, vai criar alguma dificuldade, mas é a única maneira que existe para acabar com esta espiral”, defende Jorge Roque da Cunha.

Para Nuno Rodrigues, este modelo desvaloriza o vínculo público e retira capacidade ao SNS: "A maior parte dos colegas tem empresas próprias. Criam uma empresa unipessoal e, através dela, conseguem pagar menos impostos, declarar despesas e pagar menos contribuições”, afirma.

A entrevista destaca ainda a necessidade de reforçar a formação médica, e que esta é uma das soluções para ‘segurar’ novos médicos ao SNS. "Cada médico que sai do SNS é um potencial formador de outros colegas futuros”, afirma Nuno Rodrigues, alertando para o risco de se perder uma componente essencial para a qualidade do sistema de saúde.

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* Fotografia: Jornal SOL