Segundo o TEMPO MEDICINA 1.º CADERNO de 2012.01.16 as palavras de Paulo Macedo, Ministro da Saúde, não deixam margem para dúvidas:
«Já foram transmitidas orientações expressas para que não haja encerramentos de nenhum centro de saúde por iniciativa de um Aces ou de uma ARS sem que se proceda previamente a uma avaliação que fundamente a decisão e sem que haja comunicação prévia ao Ministério da Saúde.» O ministro da Saúde demonstra assim querer ter a última palavra nos possíveis encerramentos que venham a ocorrer nos cuidados de saúde primários (CSP), isto porque o «Governo não tenciona reduzir o número de hospitais sem garantir o reforço da rede de cuidados de saúde primários», de forma a fazer isso «mantendo e, se possível, até alargando» a actual rede de prestação de cuidados de proximidade, assegurou o governante. As palavras de Paulo Macedo foram proferidas na apresentação do relatório português sobre o sistema de Saúde do European Observatory on Health Systems and Policies, no passado dia 10, e foram secundadas ao «Tempo Medicina» por Fernando Leal da Costa à margem do encontro … O secretário de Estado Adjunto do ministro da Saúde explicou ao nosso Jornal que já assinou um «ofício» no sentido de que «todas as remodelações que venham a ser feitas no âmbito da reorganização dos Aces terão que necessariamente ser muito bem fundamentadas e faladas com a tutela».
Perante as imperiosas restrições nos gastos, com redução das despesas em horas extraordinárias, com a sacrossanta invocação de um tal Plano de Emergência e Apoio Financeiro branqueando o gravoso articulado da Lei do Orçamento de Estado de 2012, que cirurgicamente afecta os profissionais da Saúde em geral e a classe médica em particular, só a redução dos efectivos médicos com afectação da qualidade dos serviços prestados (e aqui a Ordem dos Médicos deverá não titubear nas competências que lhe são delegadas pelo Estado) ou o seu encerramento, deliberado ou necessário pelo esvaziamento de recursos, poderá fazer a bota condizer com a perdigota.
Mas os responsáveis pela Saúde devem ter noção de que as populações transmontanas poderão não pactuar desta vez com promessas, nem que sejam heli – transportadas…e suspeitam (e cremos que bem) que os médicos transmontanos estão fartos de responder a apelos…Mais do que fartos, estão revoltados e dispostos a dizer basta!
Resta uma saída…
Saída que se disponibiliza sem direitos de autor pessoal e/ou institucional: transformem todas as unidades de Cuidados de Saúde Primários do Nordeste Transmontano em Serviços de Atendimento Permanente (mesmo que equipados apenas com um correiacamposiano estetoscópio), com as actualizadas taxas moderadoras… o marketing político até poderá recorrer a uma animada publicitação da medida com bandos de Caretos que, interrompendo os longos silêncios de cada inverno, como que saindo secretos e imprevisíveis dos recantos de Podence, surgem silvando com seus frenéticos chocalhos bem cruzados nas franjas coloridas de grossas mantas (http://caretosdepodence.no.sapo.pt), promovendo o turismo médico e o etnoturismo, revitalizando a economia das Terras Quentes e das Terras Frias… as únicas com atendimento médico permanente 24 sobre 24 horas…
Saúde e prevenção? Ah…pois…bem…quer dizer…
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