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Sindicato Independente dos Médicos

Histórias e falácias das USFs

18 setembro 2011

A propósito de um lindo trabalho de avaliação do departamento de contratualização da ARS Norte, recebemos este comentário. Preservamos o anonimato mesmo que tal não tenha sido pedido. Os tempos a isso aconselham, por longe que o 25 de Abril esteja...

Obrigado a quem não receia exprimir-se.

"Estou cheia desta propaganda aniquilando tudo o que não seja USF e atribuindo todos os trunfos ao facto de se ser USF;
Duvido dos 200.000 utentes a mais com MF (desconfio que foram incluídos por ex os utentes atribuídos a recém-especialistas que, se não entrassem numa usf entrariam numa ucsp e assumiriam na mesma essa lista, ou outra qualquer manobra);
Claro que, se se ganha mais (ou se espera vir a ganhar) por fazer mais domicílios (qualquer que seja a lista que se tem), fazer mais consultas, pedir mais HbA1C, etc., se fará mais disto (os incentivos ou a sua promessa incentivam mesmo); que mais disto signifique melhor serviço, é outra conversa. Eu felizmente não ganho mais pelas HbA1C que peço e, portanto, só peço 3 a quem delas pode beneficiar, o que não é o caso da maioria dos meus pacientes com diabetes; domicílios faço os necessários, não sou tentada a fazer mais; consultas de vigilância de saúde infantil, só faço aos bebés que são MESMO vigiados no CS - claro que depois há uns que decidem ir lá a uma consulta após uns tempos de pediatra e lá se vai a tx de precocidade, mas recuso-me a fazer consultas a bebés sem os pais me pedirem para tal; idem para as mamografias (com tentativa que as mulheres entendam que um rastreio tem riscos e benefícios e façam uma escolha segundo os seus valores), etc. etc.
Não vale fazer gráficos em que o eixo dos y não começa do 0, para, quando interessa, sobreestimar as diferenças. Ver por ex o gráfico comparativo das taxas de utilização de usf e ucsp em que a diferença é de 5% (boa, julguei que seria bem mais, a julgar pelo caos em que ficou a "minha" ucsp após a formação de uma usf e de uma ucc, das respectivas obras e dos milhares de utentes sem médico que nos sobraram), mas esses 5% estão representados graficamente de modo a parecerem 50%  (este é um ex, mas há vários quadros deste género, sempre que intreressa, é uma estratégia velha usada pela indústria para enganar médicos, mas pelos vistos os médicos tb a conhecem);
O menor preço da prescrição e de MCDT por utilizador é uma questão a que sou sensível, mas posso comparar-me aos melhores valores indicados, mesmo sem estar numa usf;
O relatório e a respectiva discussão/projecção baseiam-se numa aritmética simples e simplista, ignorando os problemas que ninguém sabe como resolver: o atendimento aos utentes sem MF; o beco sem saída que são os recursos humanos menos aptos e mais frágeis do sistema, quase invariavelmente relegados para as ucsp (eles e os não alinhados do costume); a carga horária brutal de muitos MF em usf, a qual traz consequências quer no imediato (como a indisponibilidade para tarefas não assistenciais não indicadores, etc), para não falar nas consequências (senão imediatas, pelo menos futuras) para a sua própria saúde e vida pessoal;
Enfim, a vida segue nas ucsp"

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