Foram 10 anos diabólicos. Todos se lembram dos directos das TV’s e das parangonas nos jornais. Médica anestesista de Lagos responsável pela morte de dois doentes. Director Clínico corresponsável.
Duas vidas destruídas numa acusação de crime.
Duas carreiras profissionais hipotecadas.
O Ministro de então, Luís Filipe Pereira anuncia que justiça se fará.
O seu Secretário de Estado, Carlos Martins, de visita condoída aos familiares, em directos televisivos, anuncia que justiça se fará e que a médica já foi afastada e suspensa.
A IGS, célere, suspende a médica anestesista, abre inquérito disciplinar e mantém-no em aberto até aos dias de hoje.
A médica, suspensa, acusada de crime e de grosseira negligência e incapacidade, é afastada do seu trabalho e dos seus doentes e sabe que um longo calvário terá de percorrer.
O SIM, como lhe competia, colocou os seus juristas em defesa dos médicos barbaramente apedrejados na praça pública.
Fê-lo por razões do mais elementar direito ao bom nome e à sua defesa mas, conhecida a acusação, por um compromisso de, sem trégua, durasse o que durasse, repor a verdade em tão odioso julgamento popular, bem alimentado por quem deveria ser bem mais responsável no exercício de cargo público.
Passaram dez anos e centenas de horas em Tribunal.
Absolvição em 1ª Instância por duas vezes.
Absolvição em 2ª Instância por duas vezes.
Os réus foram absolvidos total e irrestritamente de todas as acusações, quer no plano criminal quer no cível.
A decisão transitou em julgado.
O caso está encerrado e a Justiça provou que os médicos agiram dentro da legis artis e sem que qualquer reparo pudesse ser assacado à sua actuação clínica e à sua competência profissional.
Aos médicos em questão, irrepreensíveis na sua coragem em enfrentar 10 anos de uma terrível acusação, uma palavra de apreço.
Aos que foram levianos, primários e populistas uma palavra de condenação e um desejo de insónia.
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