Apesar dos apelos do Sindicato Independente dos Médicos para o Governo pôr fim à propaganda e criação de expectativas de vacinação para largas camadas da população a curto prazo, mais uma vez a Sra Ministra não resiste.
A Sra Ministra da Saúde anunciou hoje a vacinação nos próximos dias de elementos forças de segurança e dos bombeiros, dos cerca dos 700.000 portugueses com mais de 80 anos, dos doentes de risco com mais de 50 anos, para além dos titulares dos cargos políticos.
Nada temos a opor a esta "remodelação” do Plano de Vacinação... Mas relembramos que vacinar os médicos e restantes profissionais de saúde é fundamental para combater a pandemia e defender a saúde da população por eles tratados.
E a realidade é que:
- Pouco mais de um terço dos profissionais de saúde fizeram a primeira dose da vacina nos grandes hospitais e centros de saúde;
- Menos de um quarto dos profissionais de saúde fizeram a primeira dose nas Forças Armadas;
- Menos de um terço dos profissionais de saúde dos estabelecimentos prisionais
- Na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, e restantes Misericórdias de todo o país, Cruz Vermelha e SAMS não há data prevista;
- Nos hospitais e clínicas privadas não há data prevista.
Continuam também sem resposta os milhares de prestadores de serviço, desde trabalhadores de limpeza e seguranças a médicos e enfermeiros que, não sendo formalmente do SNS, estão altamente expostos e todos os dias garantem o regular funcionamento do serviços.
O Sindicato Independente dos Médicos, consciente da escassez das vacinas, apela publicamente para que não se defraudem expectativas e se crie ansiedade perante uma população que vai recorrer aos centros de saúde à procura de respostas.
É obrigatório que, apesar da lentidão da distribuição de vacinas, o Governo se empenhe atempadamente na organização dessa operação logística monumental que é vacinar toda a população portuguesa... de modo a que não tenha de, também aqui e mais uma vez, estar a correr atrás do prejuízo.
A bem do rigor e da transparência, apelamos ao Ministério da Saúde para a publicação do número de vacinas por locais, e da previsão ainda que aproximada de quando se irá completar a vacinação prioritária dos profissionais de saúde por hospitais e centros de saúde.