Em pleno feriado de Santo António de Lisboa, a Sr.ª Ministra da Saúde quis reunir com as estruturas médicas, Ordem e Sindicatos, para quiçá receber sugestões e mostrar publicamente o seu empenho. Nada de novo e nada de objectivo da parte do Ministério.
A saída confidenciou à comunicação social que iria ser preparado, mais uma vez e ano após ano, um tal de Plano de Contingência.
Estamos em condições de revelar antecipadamente alguns dos pontos dessa solução governamental:
1º Agressão sem consequências a médicos obstetras por grávidas impacientes. Uma obstetra no Hospital Amadora Sintra foi ontem agredida por uma gravida de 18 anos desagradada com o tempo de espera para ser atendida, isto depois de pontapear o mobiliário à sua volta. Foi identificada pelos policias presentes e abandonou a unidade hospitalar acompanhada pelos familiares
2º Piscadela de olho da ARSLVT às entidades privadas. A ser estudado, segundo o seu presidente Dr. Luís Pisco, um acordo com as três maternidades privadas de Lisboa para receberem parturientes. Ainda na véspera o presidente da Associação de Hospitalização Privada não enjeitava a disponibilidade para cooperação, mas lembrava que apenas para grávidas de baixo risco. Aguarda-se a revelação dos valores envolvidos.
3º Para pagar aos privados e aos tarefeiros existe dinheiro. Só não existe para a revalorização das carreiras e para evitar a debandada do SNS. E a este propósito, circula uma proposta para o preenchimento das escalas de Obstetrícia do Hospital das Caldas da Rainha para os dias 18 e 19 de junho com valor hora de 95 € para turnos de 24 horas (já agora, os responsáveis do Ministério sabem que a maioria dos médicos especialistas recebe, pela primeira hora extra 19,64 € líquidos ao sábado à tarde ou domingo).