Sindicato Independente dos Médicos

O contínuo atraso na negociação de uma nova grelha salarial e intransigência na flexibilização de horários levam ao contínuo êxodo de médicos especialistas do SNS.

Observe-se o caso do Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca, EPE (Amadora-Sintra) cujo Conselho de Administração, mesmo sob a ameaça de rescisão de três médicos especialistas em Oftalmologia, não concede a redução parcial dos horários destes especialistas médicos.

A ser concedida poderia ter o CA de contratar um ou dois novos médicos para a sua substituição. Assim pode perder três médicos especialistas... Existindo, como existe, redução proporcional do vencimento para redução do horário semanal, a aprovação de redução de horário deveria ser a norma, garantindo-se a maior satisfação e fixação de médicos no SNS.

Num serviço já com um número reduzido de profissionais, a perda destes três médicos especialistas põe não só em risco a existência naquela instituição de actos médicos diferenciados da subespecialidade de retina e de pediatria oftalmológica, como a possibilidade de formar novos médicos especialistas nestas áreas tão importantes.

Uma vez mais o SNS perde os seus profissionais mais diferenciados. Fosse a remuneração condigna e fossem as condições de trabalho estimulantes, e estes médicos por certo não equacionariam nem reduzir o seu tempo de trabalho no SNS nem, no limite, o seu abandono.