Exmº. Senhor Bastonário,
Têm chegado ao conhecimento do Sindicato Independente dos Médicos -SIM, muitas denúncias sobre situações, gravíssimas que ocorrem todos os dias, na composição das escalas de urgência em Lisboa e Vale do Tejo.
Maternidades como Setúbal, Barreiro, Garcia de Orta, Vila Franca de Xira, Fernando Fonseca, São Francisco Xavier e Alfredo da Costa, com situação agravada com as obras no Hospital de Santa Maria.
Maternidades "abertas à população” com escalas de apenas um especialista e um ou dois internos para assegurar a Urgência Interna e também a Urgência Externa, o que põe em perigo os doentes e os profissionais. Estas escalas muitas vezes feitas à semana e muitas vezes na véspera e com o recurso cada vez maior a prestadores, transformam o programa "nascer seguro” numa miragem e numa falsa sensação de segurança.
Apesar da generalidade desses médicos terem emitido minutas de escusa de responsabilidade, a pressão é acrescida pelo encerramento de algumas maternidades que não significaram o reforço das equipas das maternidades que se mantêm abertas. Pior, estando por vezes, mesmo abaixo dos limites de segurança para a sua própria área, mas com o acréscimo de receberem muito mais grávidas. Situação muito grave.
Nesse sentido, pela presente fazemos um apelo à Ordem dos Médicos para que possa fazer uma auditoria urgente à situação vivida em Lisboa e Vale do Tejo, dada a gravidade da situação, em que o SIM colaborará com as informações que dispõe.
Não nos conformamos com a fragilização do SNS que por falta de investimento do governo, não contrata médicos e obriga os portugueses a, cada vez mais, despenderem as suas poupanças para conseguirem recorrer à saúde.
Desde já alertamos todos os especialistas para o perigo em que incorrem, mesmo quando alegadamente estão a receber ordens das entidades políticas para não encerrar.
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