A Comissão Nacional de Medicina Geral e Familiar do SIM desenvolveu um inquérito para ajudar na perceção da realidade dos especialistas em Medicina Geral e Familiar associados do SIM, orientando assim a sua ação consultiva.
O inquérito foi enviado por correio eletrónico a todos os sócios de Medicina Geral e Familiar do SIM. O período de respostas decorreu de 6 a 25 de junho de 2016. Responderam ao inquérito 53,5% dos sócios a quem foi enviado o convite.
As respostas de médicos da região de saúde do Norte corresponderam a 40% do total de respostas, seguidas da região de saúde de Lisboa e Vale do Tejo com 27%, Centro com 14%, Algarve com 6%, Alentejo com 4% e as regiões autónomas dos Açores e da Madeira com 5% e 3%, respetivamente.
Relativamente ao tipo de unidade funcional, 39% exercem funções em UCSP, 24% em USF modelo A, 31% em USF modelo B e 6% noutro tipo de unidade funcional (Gráfico 1). Classificam como litoral a área de influência da sua unidade 64% dos respondentes, em oposição à classificação de interior dos restantes 36%.
A maioria dos respondentes apresenta o regime de trabalho de 40 horas, correspondente a 42%, seguido do regime de trabalho de 42 horas, com 34% dos respondentes, e do regime de 35 horas, com 22% dos respondentes (Gráfico 2). Apresentam outro regime 2% dos respondentes.
Relativamente ao número de utentes da sua lista, 66% dos respondentes consideram que aquele número é excessivo, 0% consideram reduzido, 31% consideram adequado e 2% não têm opinião.
A estratificação daqueles dados por regime de trabalho demonstra que 77% dos respondentes com o regime de 40 horas consideram que o número de utentes da sua lista é excessivo (Gráfico 3).
A estratificação por regime de trabalho e tipo de unidade funcional demonstra que 86% e 88% dos respondentes com o regime de 40 horas a exercer em USF modelo A e B, respetivamente, consideram que o número de utentes da sua lista é excessivo (Tabela 1).
Para os respondentes com o regime de 42h, a opinião relativamente ao número de utentes da sua lista é drasticamente diferente consoante exerçam em UCSP ou USF. De facto, enquanto, naquele regime, apenas 38% dos respondentes a exercer em UCSP consideram o número de utentes da sua lista excessivo, este valor sobe para 74% para os que exercem em USF modelo A ou B.
Mais de metade dos respondentes entendem que a sua lista deveria ter uma dimensão máxima de 1550 utentes. Apenas 10% dos respondentes indicam uma dimensão máxima igual ou superior a 1750 utentes.
Relativamente ao horário de trabalho (Gráfico 4), apenas 15% dos respondentes apresentam pausas no seu horário durante o tempo de trabalho, por exemplo a meio da manhã e/ou a meio da tarde, tendo em vista as exigências em matéria de segurança e saúde no trabalho.
Ainda no âmbito do horário, apenas 36% dos respondentes apresentam horário para contactos indiretos, de que são exemplo a renovação de medicação crónica.
O horário para consulta no domicílio do utente consta expressamente no horário de trabalho, com especificação da hora de início, hora de fim e dia da semana em que ocorre em 69% dos inquiridos.
Relativamente à duração de cada consulta programada, 49% dos respondentes referem uma duração de 20 minutos, enquanto 43% referem uma duração de 15 minutos.
No total, 60% dos respondentes entendem que deviam ter mais tempo para cada consulta programada (Gráfico 5). Este valor sobre para 79% para os respondentes com consultas programadas de 15 minutos de duração. No entanto, também 48% dos respondentes com consultas programadas de 20 minutos entendem que deviam ter mais tempo por consulta programada.
Relativamente à duração de cada consulta aberta / não programada, 51% dos respondentes reportam uma duração de 15 minutos, enquanto 31% reportam uma duração e 10 minutos.
No total, 47% dos respondentes entendem que deviam ter mais tempo para cada consulta aberta (Gráfico 6). Esta percentagem sobe para 68% para os respondentes com consultas abertas de 10 minutos de duração.
O grau de satisfação com as condições de trabalho situa-se entre os 5 e 7 pontos em 60% dos respondentes (Gráfico 7), com uma média geral de 5,0, uma média de 4,5 nos respondentes que exercem em UCSP, 4,6 em USF modelo A e 6,1 em USF modelo B.
Relativamente ao grau de satisfação em relação à situação de associado do SIM, 75% dos respondentes indicam uma pontuação entre 7 e 10 pontos (Gráfico 8).
A CNMGF,
Lisboa, 15 de outubro de 2016
Resultados do Inquérito aos Associados de MGF do SIM
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